Jorge Lorenzo coroado Campeão com sexta vitória de Stoner na Austrália

Jorge Lorenzo, da Yamaha Factory Racing, foi coroado Campeão do Mundo de MotoGP após terminar o Grande Prémio da Austrália, em Phillip Island, na segunda posição, atrás do herói da casa Casey Stoner, que conquistou o sexto triunfo consecutivo no traçado, enquanto Cal Crutchlow conquistou o segundo pódio da carreira com o terceiro lugar. “Que dia! Estou muito contente, foi mais fácil do que esperava porque o Dani cometeu um erro numa curva e caiu. Queria manter-me com o Casey, mas ele estava muito forte. Hoje, tudo o que tinha de fazer era terminar a corrida e sagrei-me Campeão do Mundo pela segunda vez. É uma sensação muito boa! Quero agradecer à equipa, à Yamaha, à minha família, amigos, patrocinadores e fãs que me apoiaram. Hoje é um dia fantástico. Fui muito paciente, estive sempre muito concentrado e finalmente o título Mundial chegou!” Foi Lorenzo quem assumiu a liderança à chegada à Curva 1 após partida canhão com o Dani Pedrosa, da Repsol Honda Team, colado na roda do compatriota e com o herói da casa Stoner logo atrás. Pedrosa passou Lorenzo ao cabo de algumas curvas enquanto tentava destacar-se na frente. Stoner não tardou a colar-se a Lorenzo e passá-lo na recta da meta à entrada para a segunda volta. Pouco depois foi o drama para Pedrosa que, ao puxar demais, perdeu a traseira da moto. O espanhol conseguiu voltar a montar a moto, mas teve de ir às boxes uma vez que a sua montada estava demasiado danificada, o que deixou Lorenzo em excelente posição para conquistar o título Mundial. Com Stoner a isolar-se na frente de forma dominadora, desenvolvia-se animada batalha pela terceira posição, com Cal Crutchlow (Monster Yamaha Tech 3) a assumir a liderança deste particular à frente do companheiro de equipa Andrea Dovizioso, Álvaro Bautista (San Carlo Honda Gresini) e Stefan Bradl (LCR Honda MotoGP). Entretanto, James Ellison (Paul Bird Motorsport) caía e desistia da corrida, enquanto Colin Edwards (NGM Mobile Forward Racing) abandonava com problema técnico. A 18 voltas do final Crutchlow voltava ao ataque, rodando mais rápido que Lorenzo e afastando-se um pouco de Dovizioso, que nessa altura tinha Bautista colado à roda. Atrás deles, Valentino Rossi (Ducati Team) liderava a luta das Desmosedicis, à frente de Karel Abraham (Cardion AB Racing) e do companheiro de equipa Nicky Hayden. Duas voltas mais tarde Bautista passou Dovizioso quando começou a ser pressionado por Bradl, com este a passar o italiano uma passagem pela meta mais tarde. Bradl passou então a ser um homem com missão ao passar Bautista da recta da meta e com Dovizioso a seguir-se poucas curvas depois. Stoner liderava a corrida com Lorenzo num solitário segundo lugar e Crutchlow num isolado terceiro, mas Bautista e Dovizioso lutavam arduamente. A oito voltas do final Roberto Rolfo (Speed Master) desistiu com problema mecânico. Mais atrás, Aleix Espargaró (Power Electronics Aspar) lutava com o companheiro de equipa Randy de Puniet no duelo pela supremacia das CRT. A cinco voltas do final Dovizioso parecia ter encontrado novo ânimo ao passar Bradl para quarto. Uma volta depois Bautista tirava partido disto e passava o germânico para ocupar o quinto posto. E a duas voltas do final o trio debatia-se com garra, com Dovizioso a liderar à entrada para última volta e mantendo a posição até à bandeira de xadrez. No final foi Stoner quem brilhou ao conquistar o sexto triunfo consecutivo na pista australiana naquela que foi a sua última prova em Phillip Island, com Lorenzo a conquistar o segundo ceptro na categoria rainha a uma prova do final da época. “Era muito importante para mim vencer uma corrida antes do final da época e estou muito contente por estar aqui, em casa, perante um grande público. A minha maior preocupação era estar fisicamente apto outra vez e competitivo para esta corrida, mas conseguimos e tínhamos algo mais que os outros todos; foi um dia perfeito para dizer adeus aqui. Estava muito nervoso antes do início da corrida, mas as condições estavam fantásticas para uma prova em Phillip Island! Quando soube que faltavam apenas algumas voltas e que tinha uma grande vantagem comecei a olhar para o público e foi fantástico ver toda a gente a apoiar-me, fiquei muito orgulhoso por ser australiano. Dou os parabéns ao Jorge, ele fez uma época quase perfeita a terminar em primeiro, ou segundo quando foi possível e só estou desapontado por não ter estado na luta pelo campeonato, mas cometi os meus próprios erros e as coisas são assim. Lamento o que aconteceu ao Dani – vi-o cair à minha frente – mas ele hoje tinha de puxar e dar tudo para vencer a corrida e manter vivas as esperanças do título. Foi um pequeno erro, fácil de cometer nesta curva, e tenho muita pena dele. Obrigado a todos por terem vindo mostrar o seu apoio!" Os fãs marcaram presença em força para dizerem adeus a Stoner com um recorde de público na popular pista. E apesar de não ter feito uma boa partida, o australiano chegou à liderança à terceira volta e dominou a corrida até à bandeira de xadrez. Esta foi a quinta vitória da época de 2012 de Stoner e a 45ª da carreira, sendo que 38 foram conquistadas no MotoGP. Enquanto isso, Crutchlow garantiu o segundo pódio na classe de MotoGP, isto apesar de estar adoentado. Dovizioso foi quarto, seguido de Bautista, Bradl, Rossi, Hayden, Abraham e de Espargaró, que levou a melhor sobre o companheiro de equipa. A corrida foi um grande sucesso entre o público australiano, estimando-se a presença de 53.100 fãs na pista neste domingo, o que dá um total estimado de 122.470 espectadores ao longo dos três dias.

Miguel Oliveira estreia-se em Phillip Island com excelente segundo lugar

Miguel Oliveira não fez boa partida e caiu de sexto para nono com o apagar das luzes, mas à passagem pelo segundo parcial da primeira volta já rodava de novo em sexto, num grupo de nove pilotos em luta pela liderança. Pouco depois, Salom e Folger cumpriam penalização de passagem pela via de boxes por falsa partida e só Sandro Cortese aproveitou a oportunidade melhor que o piloto da Suter Honda. Oliveira colou-se então ao alemão para fazer quase toda a prova na roda do líder enquanto construía confortável vantagem para os demais. Não satisfeito, Oliveira atacou a liderança e passou para a primeira posição ao cabo de 18 voltas. Contudo, o piloto português viu-se batido por Cortese ao cabo de duas passagens pela meta, altura em que Miguel optou por garantir a primeira segunda posição da carreira, o que se traduziu no segundo pódio de Moto3 e em 20 pontos para o Campeonato. “Foi uma corrida difícil e onde lutámos muito. No warm up sofri duas quedas devido a instabilidade do eixo frontal, mas na corrida andei atrás do Sandro [Cortese]. Consegui manter o ritmo dele e no final, quando me passou, optei por conservar a segunda posição,” afirmou Miguel Oliveira contente com o segundo pódio da carreira e o seu melhor resultado até ao momento em Grandes Prémios depois de ter sido terceiro em Barcelona no início da época. “Estou muito contente com este pódio, acho que toda a equipa o merece. Foi uma temporada com altos e baixos; felizmente nesta última parte temos vindo a subir aos poucos e a aprender bastante. Isto é muito positivo para mim, tanto para o ano que vem, como para o final de época,” rematou o piloto português que desde o regresso à acção após a paragem de Verão esteve sempre nos nove primeiros e somou um total de 75 pontos, o que lhe permite deixar a Austrália em sétimo da geral com 114 pontos.

Comentários