Citroën aventura-se por territórios polacos

O Rali Polónia é a segunda prova de estrada mais antiga realizada até aos dias de hoje. Criado alguns anos depois do Rali de Monte-Carlo, celebra este ano o seu aniversário 71º aniversário. Entre 1938 e 1956 equipas polacas garantiram quatro vitórias em diferentes categorias para modelos da Citroën. Quando em 1973 se instituiu o Campeonato do Mundo de Ralis - Construtores, o Rali da Polónia fazia parte do calendário. Na sua segunda aparição em 2009 um Citroën terminou no pódio, quando Dani Sordo e Marc Marti levaram o seu C4 WRC até ao 2º lugar. Para além das aparições esporádicas no calendário do WRC, o Rali da Polónia também oferece um desafio bastante diferente face às restantes provas em termos de superfície. «Tendemos a pensar nos troços como sendo semelhantes em estilo aos da Finlândia,» explicou Yves Matton, Director da Equipa Citroën Racing. «Mas há muitos outros aspectos: o piso é especialmente suave, as linhas são muito definidas e surgem sulcos muito rapidamente e também não há tantos saltos. Como é uma prova que está de volta ao calendário depois de uma ausência de cinco anos, a experiência será menos significativa do que em outras rondas.» A Citroën Total Abu Dhabi World Rally Team esteve já na Polónia no passado fim-de-semana para efectuar sessões de testes. Didier Clément, Responsável pela Engenharia dos DS3 WRC, pôde, assim, avaliar como a superfície de estrada mudava à medida que os carros atravessavam as classificativas: «O objectivo foi encontrar soluções que possamos dar aos nossos pilotos num carro que inspira confiança. Os troços são tão rápidos que o carro tem que ser particularmente preciso. Temos trabalhado nas definições dos amortecedores e na combinação entre as molas e as barras estabilizadoras para obter os resultados que procuramos.» A superfície dos troços também obrigará a equipa a alterar as afinações do DS3 WRC em cada assistência: «Existem duas partes distintas: as estradas são fluidas e rápidas nas primeiras passagens e muito esburacadas nas segundas. De cada vez será preciso ajustar a altura do carro para evitar raspe em demasia nos sulcos. Onde eles surgirem, os pilotos terão que fazer uso dos mesmos, tentando não se deixar levar pela emoção. Terão de conduzir de modo agressivo para sair desses sulcos se assim entenderem necessário, algo que nunca é fácil.» Segundo classificado na Sardenha, Mads Østberg subiu ao pódio por três vezes nos últimos cinco ralis. Cada vez mais confortável no Citroën DS3 WRC, irá correr numa superfície completamente diferente na Polónia: «Sinto-me cheio de confiança. Estamos numa tendência positiva e sinto-me muito bem na Citroën Total Abu Dhabi World Rally Team, equipa em que estamos sempre a fazer progressos.» O norueguês estreou-se na prova em 2009, na última vez que o WRC foi até à Polónia: «Tenho muito boas recordações do rali, mesmo que não tenha sido fácil. Gosto muito de ralis rápidos, algo que parece ser a principal característica desta prova. Penso que as velocidades médias serão ainda maiores do que as da Finlândia. O cascalho é um pouco mais suave e há muito menos saltos, mas algumas secções são muito estreitas, havendo que manter o máximo de velocidade possível.» Como tem sido o caso durante toda a temporada, Østberg começa o rali com o mesmo objectivo de terminar no pódio: «Por enquanto temos de nos concentrar nos testes, que têm lugar antes do início dos reconhecimentos. É algo muito intenso porque temos que lidar com a viatura nesses tipos de estradas. As diferenças serão, sem dúvida, muito pequenas e haverá muitos pretendentes. Vamos ter que atacar logo do início, logo desde o primeiro troço, para nos metermos entre os homens da frente!» Tal como aconteceu há cinco anos, quando o Rali da Polónia integrou o calendário do WRC, a base deste evento será em Mikolajki. O «shakedown» terá lugar às 08h00 da manhã de 5ª Feira, com duas passagens obrigatórias para cada equipa. A cerimónia da partida far-se-á no centro da cidade ao início da tarde, tendo depois início a parte competitiva com dois troços (Milki, de 14,54 km às 16h40, e Kruklanki, de 17,24 km às 17h30), antes de as equipas regressarem ao Parque de Assistência e se prepararem para a SuperEspecial, já a disputar de noite. O dia de 6ª Feira será dedicado, em parte, à Lituânia. As equipas deixam o Parque Fechado às 07.00 e rumam a leste. Depois do troço de abertura de Wieliczki (12,89 km, às 09h10), atravessam a fronteira para a Lituânia para disputar duas classificativas (Kapciamiestis, com 26,61 km às 11h25 e às 14h40, e Margionys, com 17,97 km, às 12h30 e às 15h45) por duas vezes, com uma paragem de serviço remoto de 15 minutos em Druskininkai. De regresso à base do rali, as duplas de pilotos repetem o troço de Wieliczki às 19h15, antes de rumarem, de novo, ao troço-espectáculo na Mikolajki Arena, pelas 22h00. Segue-se uma paragem de serviço de 45 minutos, antes dos carros entrarem no Parque Fechado às 23h10. Sábado será o dia mais longo, com 157 km cronometrados nas florestas e em redor dos lagos de Warmia e Mazury. O dia começa às 07h15 dando início a uma sequência de cinco troços que levarão os pilotos até bem perto da fronteira com a Rússia: Chmielewo (6,75 km às 08h00), Stare Juchy (14,41 km às 09h05), Babki (15,76km às 10h35), Goldap (35,17km às 11h35) e Baranowo (14,90km às 14h05). Um intervalo de 30 minutos divide o dia a meio, repetindo-se depois as primeiras quarto classificativas. De regresso a Mikolajki, o troço de Baranowo será preterido em favor de uma terceira passagem pela SuperEspecial, de novo a partir das 22h00. Finalmente, no Domingo a acção inicia-se às 07h00, com repetição de alguns troços corridos nos dias anteriores: as primeiras duas classificativas de 5ª Feira (Milki, com 14,54 km às 08h15, e Kruklanki, com 17,24 km às 09h03), antes de as equipas repetirem, uma última vez, o troco-espectáculo da Mikolajki Arena (2,50 km às 11h02), se bem que desta feita fazendo-o de dia, e a classificativa de Sábado de Baranowo (14,90 km, às 12h05) e que neste dia pontuará como «Power Stage». O rali deverá terminar na Mikolajki Arena às 14h00 - (horas locais, mais 1 hora do que em Portugal).

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