Precisamente no dia em que comemora o 44º aniversário, a confirmação de um resultado que premeia o talento e uma actuação a todos os títulos brilhante... Em estreia no figurino sul-americano do Dakar, Carlos Sousa logrou ser o sexto classificado. Mas mais importante do que o resultado à geral, destaque para o facto de ter sido o primeiro piloto não-oficial e o único a impedir que as formações da Volkswagen e BMW monopolizassem o top-6 da classificação final. Com motivos pessoais e desportivos que justificam os festejos à chegada a Buenos Aires, Carlos Sousa volta a provar o porquê de ser considerado o melhor piloto nacional da história da disciplina e um dos melhores do mundo na actualidade… “Está feito!” – exclamou Carlos Sousa, minutos depois de concluir a sua 12ª participação no maior e mais difícil rali do mundo. “É um orgulho poder estar novamente à chegada de um Dakar e partilhar esta atmosfera única. Sinto que fiz uma excelente prova face a todos os condicionalismos com que iniciei esta edição. E o resultado final – o sexto lugar – deixa-me orgulhoso a todos os níveis, com a plena satisfação do dever cumprido. Sinceramente, acho que era impossível aspirar a melhor”, destacou ainda o piloto, já em jeito de balanço a estas duas semanas de prova. Para trás, ficaram nada menos do que nove mil quilómetros de percurso total e quase 4.800 disputados contra o cronómetro, distribuídos por 14 etapas e os mais variados tipos de terreno: 939 quilómetros de dunas, 3.178 de pistas em terra e 689 de caminhos em… pedras.
A derradeira etapa do Dakar 2010 Argentina Chile decorreu hoje com um sector selectivo de 206 quilómetros que estabeleceu ligação entre San Rafael e Buenos Aires na Argentina. Miguel Barbosa, tricampeão nacional de todo-o-terreno terminou a etapa no 12º posto, o melhor resultado entre a comitiva portuguesa nos carros, e garantiu a sua melhor classificação de sempre na prova com o 12º lugar da geral. A satisfação de Miguel Barbosa/Miguel Ramalho era notória: “Estamos muito satisfeitos com o resultado final, tendo em conta que esta é apenas a nossa terceira participação na prova, e a primeira em solo sul-americano. Ambicionávamos o top 10, é uma realidade, mas fomos confrontados com tantas adversidades que rapidamente percebemos que seria uma meta muito complicada”, começou por explicar o piloto português. Miguel Barbosa foi no entanto sempre um piloto bastante regular ao longo de toda a prova, o mesmo viria a acontecer na etapa de hoje: “A regularidade é um factor importante numa prova como esta, mas nem sempre é possível. Hoje, e tal como ontem, não havia razão para correr riscos, até porque o troço era extremamente rápido e o mínimo deslize poderia ser fatal. Andar depressa não nos iria fazer ganhar posições, por isso preferimos ser cautelosos. Chegamos ao final com o sentimento de dever cumprido. Demos sempre o nosso melhor e terminar a prova já foi uma meta alcançada, pois a quantidade de pilotos que foram ficando pelo caminho foi enorme. E o 12º lugar foi o resultado possível dadas as circunstâncias”, continuou. Aos comandos do Mitsubishi Racing Lancer da JMB Stradale Barbosa conseguiu mais um feito na sua carreira desportiva: “Este resultado, que supera os anteriormente conseguidos nesta prova, só foi possível com o apoio dos meus patrocinadores que viabilizaram todo este projecto. Para eles um obrigado especial por mais uma vez apostarem na minha carreira desportiva. Espero estar para o ano novamente à partida desta prova”, concluiu o piloto português.
Foi mais um dia marcante para a já longa carreira de Carlos Sainz. O piloto espanhol garantiu hoje a vitória no Dakar Argentina-Chile 2010, oferecendo ainda mais um triunfo à Volkswagen na mítica prova de todo-o-terreno. Nos 206 quilómetros cronometrados, Sainz ficou a 36 segundo do seu companheiro de equipa, mas manteve a liderança, com 2.12 minutos de vantagem sobre Al Attiyah e mais de meia hora em relação ao norte-americano Mark Miller (Volkswagen), que completou o pódio. Guérlain Chichérit foi o terceiro mais rápido do dia, na frente de Stéphane Peterhansel, posições que se invertem na tabela final, com Peterhansel a garantir o quarto posto na frente de Chichérit. Nas motas, o português Ruben Faria (KTM) venceu hoje a 14.ª e última etapa da prova, enquanto Hélder Rodrigues (Yamaha) terminou no terceiro lugar e segurou a quarta posição na geral. Faria cumpriu os 203 quilómetros da “especial” em 1:26.48 horas, deixando o norueguês Pal Anders Ullevalseter (KTM) e Rodrigues a 3.45 e 3.57 minutos, respectivamente. Apesar da sexta posição na derradeira tirada, o francês Cyril Despres (KTM) venceu, sem surpresa, o seu terceiro Dakar, com 1:02.52 horas de vantagem sobre o principal perseguidor, Ullevalseter. Hélder Rodrigues ainda reduziu para menos de 10 minutos a diferença para o chileno Francisco López Contardo (Aprilia), 10.º na etapa, que conquistou o último lugar do pódio. Faria terminou na 11.ª posição, a 04:36.20 horas de Despres.
“Estou muito contente, pois provei que tenho andamento e capacidades para andar com consistência na frente do Dakar. Estou em forma, chego ao fim sem lesões ou problemas físicos, e altamente motivado para continuar a apostar no Dakar”, comentou Hélder Rodrigues. O motard luso lembrou ainda: “Sou de longe o mais jovem dos pilotos da frente e depois deste resultado sinto que vencer um Dakar é um sonho que está ao meu alcance e que posso concretizar a curto prazo”. Sainz e Despres sucedem no historial da corrida ao sul-africano Giniel de Villiers e ao espanhol Marc Coma, respectivamente.
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