Jenson Button vence GP da China marcado pelo 'clima' das boxes

O piloto inglês Jenson Button, em McLaren-Mercedes, venceu hoje o Grande Prémio da China em Fórmula 1, à frente do seu colega de equipa, o também inglês Lewis Hamilton, numa corrida marcada pela chuva. Numa prova em que os pilotos foram obrigados a várias paragens nas boxes devido às condições climatéricas, os monolugares da McLaren-Mercedes foram os mais rápidos e garantiram a "dobradinha", à frente de Nico Rosberg, da Mercedes GP. A chuva transformou a prova de Xangai numa corrida caótica, com a maioria dos pilotos a trocarem de pneus pelos menos quatro vezes. Button, com uma gestão dos momentos das trocas bem mais eficaz, com apenas duas paragens, retirou apreciável vantagem que depois geriu com inteligência, tornando-se o primeiro piloto a vencer por duas vezes na época e voltando a bater o companheiro Lewis Hamilton (quatro paragens), o que no início da época não parecia muito possível. Nico Rosberg terminou no degrau mais baixo do pódio pela segunda vez consecutiva, depois de ter passado pelo comando. O alemão teve ainda que defender-se de Fernando Alonso nas últimas voltas, mas o piloto da Mercedes mostrou-se imbatível, relegando o espanhol para fora do pódio. Mas também Alonso não teve uma prova isenta de problemas, a começar por uma falsa partida, quando o semáforo ainda não tinha desligado o último vermelho, como Charlie Whitting, o director de prova fez questão de notar e mais tarde penalizá-lo com uma passagem pela via das boxes ('drive through'). Fernando Alonso esteve muito agressivo e o facto foi quando ultrapassou o seu colega Felipe Massa na via de entrada para as boxes para trocar pneus primeiro que o brasileiro! Uma situação que este não deverá ter achado muita graça e que certamente irá comprometer o relacionamento futuro de ambos. "A posição que perdi ali me fez perder depois mais três posições, porque eu fiquei à espera atrás dele", referiu Massa, que teve de se mandar para fora do asfalto para não bater no F60 do espanhol. "Saí mal da penúltima curva e ele também entrou. Tudo o que fizesse ali poderia criar um acidente, o que eu não queria, pois pensei na equipa. Não fiquei chateado mas vou ficar atento e vou falar com ele.", referiu ainda o brasileiro. Já Fernando Alonso acha que não fez nada de errado. "Se ele não fosse meu companheiro de equipa, não haveria tanta gente a falar disso. Para mim, foi uma manobra normalíssima e definitivamente não vai comprometer nossa relação".

Quem continua a desiludir muitos aficionados da categoria rainha do automobilismo mundial é o alemão Michael Schumacher, sete vezes campeão do mundo, que este domingo não foi além de uma modesta décima posição, completamente arredado das grandes decisões da corrida Em declarações à BBC, Schumacher disse que "Quase tudo me correu mal durante o fim-de-semana e o que há a fazer é dar os parabéns à McLaren que realizou um fantástico trabalho e também ao Nico pelo pódio. Pelo menos um de nós esteve bem. Foi muito difícil perceber, com o tempo que esteve, quanto a chuva iria durar, de modo a saber exactamente quando mudar para pneus de seco, e o que se podia atacar durante a corrida, acabando tudo por ser uma nova experiência para mim." Os Red Bull foram uma das desilusões do dia, com Sebastien Vettel a hipotecar as chances de discutir as primeiras posições depois de ter optado muito cedo por pneus de chuva. O alemão terminou na sexta posição. Ao contrário, o russo Vitaly Petrov, em Renault, terminou na sétima posição, conquistou os seus primeiros pontos na Fórmula 1, com uma ponta final de corrida muito forte, com ultrapassagens a Schumacher, Massa e Webber. Após o Grande Prémio da China, Jenson Button assumiu a liderança do Mundial de Pilotos, com 60 pontos, à frente de Nico Rosberg, com 50 pontos, e Fernando Alonso e Lewis Hamilton, ambos com 49 pontos. No Mundial de Construtores, a McLaren-Mercedes assumiu a liderança, somando agora 109 pontos, mais 19 do que a Ferrari, segunda classificada.

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