Østberg e Andersson da Citroën jogam em 'terreno próprio na Suécia

Entre 1950 e 2003 apenas pilotos suecos e finlandeses haviam vencido nas estradas de neve do Rali da Suécia. Em 2004, a Citroën, Sébastien Loeb e Daniel Elena escreveram uma das primeiras grandes páginas da sua história no WRC. Naquele ano, a equipa Campeã do Mundo alinhou dois Citroën Xsara WRC para Sébastien Loeb/Daniel Elena e Carlos Sainz/Marc Marti. Se os espanhóis foram 5ºs classificados no final da prova, a dupla franco-monegasca bateu os nórdicos no seu terreno de eleição, terminando à frente de Marcus Grönholm e Timo Rautiainen por mais de quarenta segundos! Desde então, Sébastien Loeb/Daniel Elena e Mikko Hirvonen/Jarmo Lehtinen conquistaram cinco 2ºs lugares para a Citroën. Na primeira edição do Rali da Suécia pontuável para o Campeonato do Mundo os pneus de pregos foram banidos! Desde então, o regulamento evoluiu muito. Em 1986, o Citroën BX 4TC que Jean-Claude Andruet levou até ao 6º posto estava equipado com pneus Michelin com cerca de 600 pregos em formato de pirâmide. Presentemente, o Rali da Suécia disputa-se com pneus de terra adaptados e equipados com 384 pregos com 6,5 mm de profundidade. O «set-up» do carro faz o resto, como explica Didier Clément, engenheiro responsável pela operação dos Citroën DS3 WRC: "São as diferentes condições de estrada que complicam a tarefa da equipa técnica. Conduzindo em neve fresca, os pregos têm dificuldade em agarrar-se a estrada e o carro tende a varrê-la. O gelo representa o piso ideal, garantindo uma excelente aderência. As trajectórias são precisas e a travagem é muito eficaz. Na terra gelada, os pregos partem-se e os pneus perdem toda a eficácia.» Entre os diferenciais e as suspensões, os homens da Citroën Racing jogam com combinações praticamente infinitas para sugerir as melhores configurações aos pilotos: «O DS3 WRC responde de modo sensível às alterações," explica Didier Clément. "É preciso trabalharmos muito bem para nos prepararmos para todas as eventualidades. Costumamos dizer que este rali ganha-se durante os testes. É necessário definir uma configuração coerente, para que os pilotos a possam utilizar logo desde o início. Num percurso mais rápido, é muito difícil recuperar um atraso superior a uma dezena de segundos.» Em 2006, um jovem piloto de 18 anos fazia a sua estreia no Campeonato do Mundo de Ralis, na Suécia. Desde então, Mads Østberg garantiu três pódios nas três mais recentes edições desta prova. «Tive algum receio antes da partida do meu primeiro rali do WRC", recorda Østberg. "Para dizer a verdade, eu apenas tinha feito alguns ralis antes de me encontrar entre os grandes. Mas tal fazia parte da minha aprendizagem, pois tinha a ambição de chegar ao mais alto nível. É importante ter sonhos... Desde sempre que defini objectivos. Atingi alguns, mas ainda tenho outros!" Desde o seu 4º lugar no Mónaco, o norueguês participou no Mountain Rally, prova do seu campeonato nacional: "Foi uma boa oportunidade para descobrir o carro, para me acostumar e trabalhar com os pneus de neve do WRC... Foi como que uma preparação para os testes de dois dias, agendados para antes da prova." Segundo classificado em 2011, 3º em 2012 e em 2013, os fãs de Mads Østberg na Suécia e na Noruega esperam muito do piloto: "É um dos encontros mais importantes da nossa temporada. O objectivo é chegar ao pódio. Se tudo correr bem, tentarei lutar pela vitória. Temos muitos fãs ao longo das estradas. E mesmo que eu esteja muito focado nas trajectórias, vejo sempre as bandeiras da Noruega e Suécia dos nossos fãs!" Tendo alcançado o pódio do Rali de Monte-Carlo, Kris Meeke e Paul Nagle aguardam novo desafio na Suécia. Com efeito, a dupla britânica irá descobrir o Rali da Suécia. "Eu nunca disputei qualquer rali na neve," reconhece Meeke. "Será uma experiência nova para mim. Pelo menos a equipa está ciente das dificuldades que iremos enfrentar. Vou concentrar-me em especial na minha própria aprendizagem e esquecer o resultado bruto. Sei que sou rápido no asfalto e na terra, mas não sei como irei estar na neve", continuou o piloto oriundo da Irlanda do Norte. "Durante os testes, irei estar ao lado do Mads para observar o seu modo de condução. Depois será altura para descobrir tudo: o carro, os pneus... Os nossos concorrentes têm muito mais experiência. Eles irão estar, decerto, muito rápidos. Deverei, portanto, abstrair-me deste ambiente para aprender e fazer crescer o meu ritmo. E, acima de tudo, não cometer erros." Esta época, Khalid Al Qassimi e Chris Patterson fazem do Campeonato do Médio Oriente o seu objectivo principal. No entanto, o piloto do Abu Dhabi irá estar, também, em quatro provas do WRC. O seu calendário começa na Suécia, num ambiente diametralmente oposto ao que conhece no seu país. Ele ainda mantém boas recordações da primeira das suas quatro aparições em Karlstad: "Eu não estava muito satisfeito com o meu desempenho. Decidi, por isso, alargar os meus limites e lançar-me no desafio de atacar a fundo em Colin’s Crest. Acredite-se ou não, ganhei o troféu para o salto de maior comprimento! Não conduzi mais o Citroën DS3 WRC desde o Rali de Espanha do ano passado", continuou. "Estou contente por poder contar com a experiência de Chris Patterson nesta temporada. A sua presença será um trunfo adicional para assinar bons resultados." Ao longo de quatro dias, os concorrentes deverão cobrir um total de 1 583 km. Do programa fazem parte 24 especiais de classificação, compreendendo 324 km cronometrados. O início do rali será dado em Karlstad pelas 20h04 de quarta-feira, dia 5 de Fevereiro, com uma Super Especial (1,9 km) organizada no hipódromo da cidade. No dia seguinte, as equipas deixarão Karlstad para uma longa ligação de 85 km até ao parque de assistência de Hagfors. Depois de quinze minutos de intervenção, os concorrentes rumam à Noruega. Na estrada, vão descobrir uma nova especial, com chegada ao estádio de esqui de Torsby (7,03 km). O resto do percurso desenha-se do outro lado da fronteira com duas passagens por Kirkener (7,16 km) e Finnskogen (16,82 km), idênticas às do ano passado. Não será permitida qualquer assistência antes de regressar a Hagfors e terminar a etapa, depois de uma segunda passagem nocturna por Torsby. Na sexta-feira, a acção terá lugar a leste de Hagfors, nas especiais usadas em 2013: Lesjöfors (15 km), Fredriksberg (18,15 km), Rammen (22,76 km) e, depois, Hagfors Sprint (1,87 km). Uma assistência de trinta minutos irá dividir o dia e as duas voltas. Após novo intervalo de 45 minutos em Hagfors, as tripulações percorrem 85 km para sul, para uma segunda volta ao hipódromo de Karlstad (1,9 km), a disputar a partir das 19h00. A última etapa corre-se em redor de Hagfors, com duas voltas em especiais bem conhecidas, autênticos pilares do WRC. A competição retomar-se-á pouco antes do nascer do sol em Hara (11,32 km). Seguem-se os troços de Torntop (19,26 km), Vargasen (24,63 km) e Varmullsasen (15,87 km). A segunda passagem por Varmullsasen será a «Power Stage». A chegada está marcada para sábado no centro da cidade de Karlstad, das 17h27.

Comentários