GP Bahrain F1 - Antevisão

Uma semana apenas após a terceira prova, o Mundial de Fórmula 1 prossegue no próximo fim-de-semana no Bahrain. Numa pista «bafejada» pelas areias do deserto será difícil a Felipe Massa repetir o êxito do ano passado, a ter em conta a pouca competitividade demonstrada pelos Ferrari, aos quais o KERS pode regressar – pelo menos essa é a vontade do brasileiro. Isto enquanto espera pelos difusores duplos.

Face ao que fizeram nos três primeiros grandes prémios, os pilotos da Brawn GP e da Red Bull têm de ser considerados favoritos. Jenson Button quererá regressar às vitórias, enquanto Sebastien Vettel espera repetir o êxito de Xangai. Já Mark Webber espera que seja a sua vez de subir ao lugar mais alto do pódio, o mesmo sucedendo com Rubens Barrichello.

Depois de ter conseguido entrar nos pontos, a McLaren visará agora o pódio, embora seja necessário a Lewis Hamilton e Heikki Kovalainen contarem com um MP4-24 mais competitivo, pois só os difusores provisórios e o KERS parecem não bastar. Quase o mesmo se pode dizer dos Renault, cujos pilotos querem um resultado que faça esquecer a prova frustrante na China. Aliás tal como a Toyota e a BMW Sauber, embora a equipa de Colónia saiba que precisa apenas de um pouco mais de sorte para discutir um lugar no pódio.

O drama FERRARI

Schumacher alerta para não se descartar a Ferrari

Michael Schumacher concedeu uma entrevista à agência alemã DPA onde referiu que é errado excluir já a Ferrari da luta pelos títulos mundiais. Apesar deste ser o pior começo da Scuderia desde 1981 - e caso Felipe Massa e Kimi Raikkonen não pontuem no Bahrein será absolutamente inédito - o heptacampeão do Mundo é claro: "Temos consciência que a situação é má, mas não desistimos. A Ferrari nunca desistiu no passado, e por isso não deve ser excluída. É uma das coisas boas da F1, é que não há tempo para alimentar frustrações pois há sempre que olhar em frente.", referiu Schumacher.

David Couthard confiante que Ferrari regressará de maneira espetacular

David Coulthard admite que o rendimento da Ferrari será mais eficaz quando contratar Fernando Alonso, que pode rumar à equipa italiana no próximo ano ou em 2011, dando a entender que o ideal seria, também, a saída de Kimi Räikkönen.

"Não conheço Massa, tão bem como Kimi, pelo que não posso comentar demasiado sobre ele, mas Räikkönen foi meu companheiro na McLaren e nunca demonstrou ser capaz de liderar o desenvolvimento de um carro . Kimi tem uma velocidade natural, mas suspeito que a Ferrari melhorará de maneira espectacular quando Fernando Alonso estiver com eles", escreve o escocês no Daily Telegraph.

Coulthard, que anunciou na última época o fim da carreira, tem sido «reserva» de Mark Webber e Sebastien Vettel na Red Bull, uma vez que Brendon Hartley espera obter a superlicença e, por isso, ainda não assumiu funções. No entanto, é como comentador que não poupa, igualmente, críticas a Stefano Domenicali e Martin Whitmarsh, responsáveis pelas equipas de Fórmula 1 da Ferrari e McLaren, respectivamente: "Stefano Domenicali é uma pessoa jovem, acessível e um bom homem, mas na F-1 estas qualidades nem sempre funcionam", explica Coulthard, antes da comparação com o sucessor de Ron Dennis: "Martin Whitmarsh pode estar a enfrentar uma situação similar. São dois homens jovens, mas o suficientemente duros para liderar as suas equipas?"

O histórico piloto salienta a diferença de atitude caso Jean Todt ainda exercesse funções na equipa italiana: "Se Jean Todt tivesse estado à frente da equipa, Räikkönen nunca se apresentaria com um gelado e uma Coca-Cola nas boxes da Malásia, enquanto a corrida, tecnicamente, ainda não tinha terminado".

Ferrari promete não desistir da luta pelo título

Stefano Domenicali, responsável máximo da equipa Ferrari, garante que a formação transalpina não irá desistir de lutar pelos seus objectivos - os títulos -, ainda que espere mais dificuldades ao longo do fim-de-semana do Bahrain.

"Tivemos um início de temporada muito difícil. Sabíamos que iríamos passar por dificuldades na China e, quase de certeza, voltaremos a passar por grandes dificuldades neste fim-de-semana", admitiu Domenicali já no Bahrain. "Depois disso, espera-se que consigamos dar um passo em frente no GP de Espanha, mesmo concedendo que não podemos esperar que as outras equipas actualmente à nossa frente fiquem à espera que nós as apanhemos, pelo que também deverão evoluir os seu carros", disse. Mas o italiano sabe que toda a gente em Maranello "está a trabalhar arduamente para sair desta situação o mais depressa possível", mantendo, por isso, o seu foco na possibilidade de lutar pelos títulos.

Lola poderá regressar à F1

A Lola equaciona voltar a disputar o Mundial de Fórmula 1 em 2010, tendo já estipulado um orçamento de 33, 78 milhões de euros e, ao que tudo indica, já existem conversações com a Cosworth, potencial fornecedora de motores.

"O anúncio de que as equipas podem optar por um plano prudente e financeiramente responsável permite-nos avaliar a oportunidade de desenvolver um carro para competir na Fórmula 1. Fornecer excelência de primeiro nível em engenharia e soluções de alta qualidade em regimes de baixos custos são parte do DNA da Lola na última década. A necessidade de a Fórmula 1 adoptar uma visão responsável criou condições ideais para considerarmos a possibilidade de desenvolver um carro", afirma Martin Birrane, presidente da Lola, citado autosport.com.

Com 148 grandes prémios totalizados entre as décadas 60 e 90, a Lola tenta, novamente, o regresso, depois de ter falhado a presença no Mundial de 1997: "A Lola possui os recursos técnicos, a capacidade e o «know-how» para competir no automobilismo de alto nível. Estamos aguardando os anúncios do Conselho Mundial para fazermos um anúncio formal", refere o dirigente inglês.

Prodrive de David Richard pondera também entrada na F1 em 2010

A Prodrive volta a equacionar a participação nos grandes prémios de Fórmula 1, depois de uma tentativa falhada no final de 2007, tendo como principal impulsionador David Richards. Aliás, o inglês foi um dos candidatos a comprar a Honda, mas o negócio não se concretizou, perante melhor oferta e a determinação de Ross Brawn.

"Os primeiros sinais vindos da FIA e da FOM são muito atractivos e representam a base para a real revolução do desporto. Prometeram fazer com que a F1 volte ao seu carácter fundamental, em que o sucesso vem para aqueles que têm a melhor engenharia e a melhor organização, não para quem tem simplesmente o maior orçamento", afirma o líder da Prodive, em declarações ao autosport.com.

David Richards espera que as regras contribuam para a viabilidade do seu projecto, num momento em que Lola e USPGE perspectivam a entrada no Mundial de 2010, embora os norte-americanos se encontrem numa fase de trabalhos mais adiantada: "Estamos muito optimistas, mas temos de esperar e ver como serão as propostas finais. Se assegurarem que as novas regras são viáveis, com potencial para serem totalmente competitivas, então estaremos prontos para apertar o botão de partida".

Por outro lado, existe, também, a hipótese de a Aston Martin ser a designação da nova equipa de Fórmula 1 e de os motores serem fornecidos pela Cosworth: "É muito cedo para dizer, já que temos uma grande número de rotas que podemos seguir. É preciso discutir bastante nas próximas semanas, assim que o regulamento for divulgado. Então, tomaremos uma decisão".

Force India com novo difusor no Bahrain

A Force India irá apresentar no GP do Bahrein uma série de novidades no VJM02, entre as quais se contam um novo difusor e um fundo do chassis revisto.

Vijay Mallya garante, no entanto, que estas novidades não são uma reacção à decisão da FIA em considerar legais os difusores duplos mas sim melhorias que já estavam previstas desde que o monolugar foi projectado. "Planeamos introduzir melhorias aerodinâmicas significativas no GP do Bahrein, incluindo um novo fundo e um difusor intermédio. Entre outras coisas, também planeamos usar novas asas auxiliares no aileron da frente e flancos laterais redesenhados para acomodar a nova secção traseira", disse Mallya em Sakhir. "Esta alteração será um bom passo em frente para a equipa. Ainda que esperemos que outras equipas também evoluam, esperamos que isto nos mantenha na luta com o resto do pelotão", completou o indiano, que viu Adrian Sutil falhar os pontos por pouco no GP da China.

Nico Rosberg explica o Circuito de Sakhir