Lewis Hamilton voltou às vitórias no GP da Hungria

Dez provas depois, o campeão mundial em título voltou a vencer. Lewis Hamilton foi primeiro na Hungria e quebrou a hegemonia da Red Bull e da Brawn na presente época, entregando a primeira vitória do ano à McLaren. O piloto britânico da McLaren, que já não ganhava desde Outubro de 2008 (Grande Prémio da China), impôs-se à concorrência por larga vantagem, terminando com mais de 11 segundos de vantagem para os perseguidores. Para além da vitória da McLaren, saúde-se o 'regresso' da Ferrari, que alcança aqui o melhor resultado do ano, depois dos pódios do Mónaco (Raikkonen) e Massa (Alemanha).

O último lugar do pódio coube a Mark Webber, da Red Bull. O piloto australiano, que conquistou a primeira vitória da carreira na prova anterior (Grande Prémio da Alemanha), manteve assim o lugar com que saiu na grelha de partida.O azar bateu à porta de Fernando Alonso no dia menos conveniente – se é que há algum dia conveniente para se ser azarado. O piloto da Renault conseguiu a “pole position” no Grande Prémio da Hungria dois anos depois da última vez em que saiu na frente para uma prova, mas na ida à boxe um erro da equipa deixou uma roda do Renault mal apertada, e esta soltou-se em pista. Regressou às boxes, e desistiu pouco depois, aparentemente com danos decorrentes dessa situação. Nico Rosberg realizou uma corrida bastante 'segura', e foi quarto na frente de Heikki Kovalainen. Timo Glock realizou também uma boa corrida, já que partiu de 13º vindo a terminar em sexto. Jenson Button nunca teve andamento para andar sequer no top 5, quexando-se via radio da fraca performance do seu carro. Jaime Alguersuari teve uma boa estreia, batendo o seu companheiro de equipa, Sebastien Buemi, depois do suíço perder tempo devido a um pião a meio da corrida. Os alemães Sebastian Vettel (Red Bull) e Adrian Sutil (Force India) também não terminaram o Grande Prémio da Hungria.

Na Fórmula 1 segue-se agora um período de férias. A próxima prova do calendário é o Grande Prémio da Europa, em Valência (Espanha), de 21 a 23 de Agosto.



O que eles disseram:


Lewis Hamilton (1º): "Não esperávamos vencer neste fim-de-semana. Não sentíamos que tínhamos ritmo para vencer, mas o carro foi fantástico. É muito especial, para mim, voltar aqui, não só ao pódio, mas conseguir esta vitória. Precisamos de continuar a evoluir. Temos melhorias e trabalho a fazer, para derrotar os adversários mais regularmente. Foi um salto enorme para nós. Quero dizer, também, que, para todos os pilotos, é um dia muito triste por ver que Felipe Massa não está aqui hoje. Sentimos falta dele e desejamos-lhe uma rápida recuperação".

Kimi Räikkönen (2º): "Tivemos uma largada muito boa e isso definitivamente ajudou. Sabíamos antes da corrida que tínhamos de ganhar algumas posições na largada, para lutar pelo pódio. Não foi um final de semana fácil para a equipa, mas tivemos este bom resultado e esperamos manter-nos assim. Não percebi que bati em alguém (confrontado com o alegado toque no carro de Sebastian Vettel). Estava entre o Mark (Webber), outra pessoa e não sei o que aconteceu. Não senti nenhum toque, então não posso comentar".

Rubens Barrichello (10º): "Houve uma boa acção na pista, mas a minha prova estava comprometida desde a largada, o que foi uma vergonha já que tínhamos potencial para somar pontos. Tive contacto com outro carro durante a segunda curva, o que me fez cair para o final da grelha. Foi um final de semana difícil, para esquecer. Há muito trabalho pela frente, para descobrir o que está a afectar o nosso desempenho."

Jaime Alguersuari (15º): "Estou muito feliz por ter terminado, mas as últimas cinco voltas foram muito difíceis do ponto de vista físico.Foi difícil manter o carro no mesmo ritmo, mas estou muito satisfeito. O décimo quinto posto não é mau, mas o maior objectivo era completar as 70 voltas, sem cometer erros".

Sebastien Vettel (desistiu): "Tive uma colisão na primeira curva com o Kimi Räikkönen. Estava no lado de dentro e tinha um espaço livre para acelerar, mas o carro dele veio pela lateral e nós tocámo-nos. O ritmo de corrida foi bom, definitivamente. Sabíamos que aqui haveria mais agressividade, mas, infelizmente, na largada não há nada que se possa fazer, quando estamos com o pé lá em baixo".



Ross Brawn (Líder da Brawn GP): "Este é um problema que temos de conseguir resolver, pois, novamente, sofremos com as temperaturas e a destruição dos pneus na corrida. Temos de desvendar o que fizemos nas últimas corridas e entender se temos feito algo que está agravar o problema. O Jenson (Button) queixou-se sobre os pneus na corrida, novamente, e isso é muito frustrante.Obviamente, as outras equipas têm avançado e as suas comparações mudaram, mas estamos enfrentando dificuldades que nunca vimos nas corridas anteriores. O Sebastian Vettel não terminou e o Mark Webber foi o terceiro classificado. Então, perdemos algum 'terreno', mas não foi tão catastrófico... Esta é uma boa luta".


Renault suspensa do Grande Prémio da Europa

O incidente que ditou a desistência de Fernando Alonso no Grande Prémio da Hungria, este domingo, custou à Renault a suspensão da próxima prova do Mundial. Depois de analisado o incidente, foi decidido que a equipa francesa quebrou os regulamentos sendo aplicada a pena de suspensão por uma prova. Isto significa que Fernando Alonso e, em princípio Nelson Piquet irão ficar de fora do GP da Europa que se realiza em Valência a 23 de Agosto.

Em comunicado, os Comissários Desportivos fundamentam a decisão: "A Renault sabia que o seu carro com o número 7 saiu das boxes sem a protecção da jante bem colocada, o que indiciava que a roda não estivesse igualmente bem apertada. Sabendo disto, a equipa falhou em evitar que o carro saísse do 'pitlane', falhou em informar o piloto do problema, ou aconselhá-lo a tomar providências, dado as circunstâncias, mesmo quando o piloto referiu via rádio que tinha um furo. Como resultado, uma parte pesada salta do carro na curva 5 e a própria roda sai na 9, como consequência destas acções. As acções da equipa comprometeram a segurança, e quebraram os regulamentos, nomeadamente o Artigo 3.2 do do Código Desportivo Internacional, e os Artigo e 23.1.i, que impede a permissão do carro sair das boxes antes de ser seguro fazê-lo. À Renault foi lembrado o seu direito em apelar,", lia-se no comunicado.

A Renault confirmou que irá apelar da decisão dos Comissários Desportivos da FIA, cuja decisão impede a equipa francesa de marcar presença na próxima prova do Mundial de Fórmula 1, o Grande Prémio da Europa, que se realiza em Valência, no país de Fernando Alonso. A equipa já pagou os 6.000 Euros do Apelo, e a audiência irá ter lugar durante o período de férias que a Fórmula 1 vai 'gozar' até Valência.


Massa ficará em coma induzido por mais 48 horas

O brasileiro Felipe Massa, piloto da Ferrari, será mantido em coma induzido durante mais 48 horas, depois de ontem ter sido operado a uma fractura no crânio, na sequência de um violento acidente na qualificação para o Grande Prémio da Hungria. O estado clínico do brasileiro, considerado “estável” mas “grave”, continua a gerar diferentes interpretações entre os responsáveis húngaros. Questionado sobre se o piloto ainda corre risco de vida, Peter Bazso, director clínico do hospital AEK, respondeu: "Sim, evidentemente". Já uma porta-voz do hospital garantiu à AFP que Massa não está entre a vida e a morte. “Não iria tão longe”, respondeu Andrea Nagy. “Encontra-se num estado muito grave, com uma lesão muito grave. Mas o seu estado é estável. As primeiras 48 horas são críticas após um acidente deste tipo”, acrescentou Andrea Nagy. O director clínico do hospital húngaro adiantou que os médicos conseguiram “remover os ossos partidos e estabilizar a área”, o que era necessário, porque Felipe Massa chegou “com uma fractura de crânio aberta e uma contusão. De momento temos de ultrapassar esta situação de risco de vida”, observou o clínico, adiantando que os exames hoje realizados apresentaram “os resultados esperados depois de uma intervenção deste tipo”.

Massa tem sido, e continuará a ser, acordado periodicamente. Para já, não está prevista a realização de mais nenhuma operação. A Ferrari também emitiu um comunicado esta tarde, afirmando que os resultados dos exames de hoje foram “positivos”. Massa foi atingido na cabeça por um peça que se soltou do carro de Rubens Barrichello (que se crê ser uma mola de suspensão, com 800 gramas de peso) quando seguia a perto de 270 km/h. Massa perdeu então a consciência, não sem antes conseguir travar ligeiramente. Ainda assim, estima-se que tenha embatido a 190 km/h na barreira de pneus junto à curva quatro do circuito de Hungaroring. O brasileiro sofreu um corte na zona do sobrolho esquerdo que terá oito centímetros, segundo o jornal 'O Globo'. A Ferrari acrescentou que o piloto sofreu uma “lesão na parte esquerda do crânio” e uma “comoção cerebral”.



O acidente de Massa trouxe à memória momentos negros vividos na Fórmula 1, embora o que ontem aconteceu em Hungaroring tenha mais semelhanças com o que se passou a 19 de Julho, numa corrida de Fórmula 2. Foi nesse dia que Henry Surtees, filho do antigo campeão mundial John Surtees, morreu, depois de ter sido atingido por um pneu que se soltou de outro monolugar.

Desejo de "rápidas melhoras" a Filipe Massa dos seus colegas de pista

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