
A Federação Internacional do Automóvel (FIA) aceitou esta segunda-feira o recurso da Renault relativamente à suspensão imposta após uma roda do carro de Fernando Alonso se ter soltado no Grande Prémio da Hungria. “
A Renault admitiu ter infringido os regulamentos ao falhar em assegurar-se que o carro número sete [de Fernando Alonso] estava em condições de segurança para a corrida e ao ter deixado o carro sair para a pista após uma paragem quando não era seguro fazê-lo”, pode ler-se no comunicado divulgado hoje.
O tribunal internacional de apelo aceitou o recurso da equipa e retirou a suspensão imposta pelos comissários, tendo aplicado à Renault uma advertência e uma multa de 50 mil dólares (mais de 35 mil euros). A FIA volta assim atrás na suspensão da equipa, autorizando-a a participar na próxima prova do Mundial de Fórmula 1, o Grande Prémio da Europa, em Valência. A situação em causa deu-se no decurso do Grande Prémio da Hungria, quando Fernando Alonso regressou à pista com uma roda mal apertada no seu monolugar. A roda viria a soltar-se e o piloto espanhol foi obrigado a desistir da prova. No entender dos comissários da corrida, a Renault não tomou qualquer acção para impedir o carro de sair das “boxes”, assim como não informou o piloto do problema, de forma a que ele pudesse agir em função das circunstâncias.
Renault admite erro mas garante que "suspensão é injusta"

Os advogados da Renault defenderam hoje no Tribunal de Apelo Internacional (TAI) da FIA que a suspensão de uma corrida imposta à equipa gaulesa após o GP da Hungria é "
excessiva e injusta". Ali Malek, um dos advogados da Renault, afirmou no TAI que "
este caso não merece mais do que uma reprimenda", alegando ainda que casos de suspensão de corridas apenas têm lugar em casos de violações regulamentares. "
Existiu algum erro premeditado da Renault? Não existiu nenhum. As únicas pessoas que sabiam [da roda mal apertada] eram os dois mecânicos. Ninguém no muro das boxes sabia que existia um problema e o piloto também não sabia. Foi uma série de acontecimentos infelizes mas não erros conscientes", afirmou em declarações à
Agência Reuters. Malik garante, ainda, que os mecânicos não conseguiram avisar a Renault antes que a roda se soltasse. Também um dos responsáveis da equipa, Steve Nielsen, é da opinião que a penalização é injusta: "
admitimos que fizemos algumas coisas erradas mas não penso que a penalização se adequa ao crime", disse aos jornalistas, em Paris.
Contudo, para o advogado da FIA, Paul Harris, "não há qualquer dúvida de que este foi um incidente muito sério. O carro não deveria ter continuado em pista. Os mecânicos são empregados da equipa e o seu conhecimento deve ser imputado à equipa. A Renault não pode, simplesmente, confiar nos seus procedimentos falíveis para justificar que não puderam comunicar".
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