Com este "marasmo", aproveitei para fazer umas incursões para a net e descobri um video espectacular sobre uma prova igualmente espectacular - Pikes Peak. São famosas as imagens de Ari Vatanen dos anos 80, mas este ano foi elaborado um video gravado em Alta Definição (HD) com o Ford Fiesta RallyCross nas "mãos" de Marcus Gronholm.
Pikes Peak: A história de uma montanha feita de herois na "Corrida para as nuvens"

Algumas décadas depois, 1873, uma rudimentar estradinha de terra, suficiente para a subida de animais, foi aberta até o cume para a instalação de uma estação meteorológica. Mais alguns anos, 1901, e dois malucos dirigindo e empurrando em alguns trechos um carrinho a vapor chegaram ao topo. Levaram nove horas. Quinze anos após, em 1916, plena 1a Guerra Mundial, o milionário Spencer Penrose construiu um hotel nos contrafortes da montanha e uma estrada de cascalho que levava até o pico. Seu intuito era pegar os turistas automobilísticos – o automóvel era uma invenção recente e os felizes proprietários se deliciavam em passeios aventurescos. Para inaugurar a estrada de forma bombástica Spencer organizou uma corrida ao pico. E foi assim que essa corrida anual tornou-se a mais tradicional subida de montanha americana. Corrida americana mais tradicional e antiga, somente a 500 Milhas de Indianápolis.
O trecho da corrida parte de 2.860 metros de altitude e vai ao pico. São 156 curvas ao longo de seus 20 km de extensão. De uns anos pra cá asfaltaram alguns pequenos trechos, porém, a maior parte continua cascalho. Não há "rails" e muitas curvas são cegas, isto é, o piloto entra sem ver a saída.“Playground do Diabo” e “Beira da Esfrangalhada” são os nomes de algumas curvas. O grande número de curvas e o facto de muitas serem cegas trazem vantagens aos pilotos locais, que podem treinar e conhecer o trajeto mais que os outros, daí, a família dos Unser (os mesmos Unser da 500 Milhas de Indianápolis), grandes e antigos proprietários de terras na região, ter vencido por muitas vezes. O primeiro vencedor foi Rea Lentz com um Roman Demon Special, fazendo um tempo de 20 m 56 seg. e média de 57 km/h. Em 1935 começou o reinado dos Unser, com vitória de Louis Unser em 16 m 12 seg. Em 1938 ele é o primeiro a baixar dos 16 minutos. Fez média de 75 km/h. O feito foi notável, principalmente quando vemos que só no ano de 1965 Al e Bobby Unser conseguem baixar de 13 minutos, usando carros fórmula, praticamente uns carros das pistas de Indianápolis adaptados para andar na terra, e com motores de mais de 400 cv. Velocidade média: 92 km/h. Bobby Unser é o campeão incontestável; já venceu por treze vezes, além de três 500 Milhas de Indianápolis.
Ao longo dos anos muitas categorias foram sendo acrescentadas. Carros foram e são especialmente construídos para essa corrida. Motos, quadriciclos, camiões, carros com motor eléctrico, enfim, sobe tudo o que puder subir, inclusivé, em outra data, há uma corrida a pé ao topo, onde uns velhos inconformados costumam morrer estourando o coração. Os carros de hoje estão potentíssimos. Por exemplo, um dos bons Stock Cars da Saab tira 750 cv de um motor de 2,0 litros e tem tração nas quatro rodas. O recorde actual , de Rod Millen, está em 10m04 s.. Média: 120 km/h.
Pena que o asfalto está crescendo e, com ele, o desafio diminuindo. Há uma briga para que pare, mas, parece que ele vencerá. Pena.
Este ano, houve nova edição e para a história fica a opinião de Marcus Gronholm
O veterano Nobuhiro Tajima, de 59 anos, voltou a não deixar os seus créditos por mãos alheias em Pikes Peak, vencendo a edição de 2009, ao volante do seu Suzuki XL7. O experiente japonês bateu o estreante Marcus Grönholm, que guiava um Ford Fiesta Special Hillclimb, e estabeleceu o tempo de 10m15,368s, mantendo-se por bater a barreira dos dez minutos. Quanto ao ex-campeão de ralis, o finlandês que fazia a sua estreia naquela mítica prova, ficou a mais de um minuto do melhor tempo, mas admite que espera poder regressar a Pikes Peak no futuro e com mais preparação.
"Seria excelente voltar aqui, mas para a próxima mais preparado. Sempre quis competir em Pikes Peak. Estando por aqui há cerca de uma semana, tenho de admitir que este é um dos desafios mais entusiasmantes que fiz na minha carreira", começou por dizer Gronholm. "Ouvi falar muito de Pikes Peak e vi muitas vezes o famoso vídeo do Ari Vatanen, há 20 anos atrás, mas só quando aqui chegamos é que percebemos a grandeza do desafio", acrescentou, elogiando ainda a performance do seu Fiesta. "O comportamento do Fiesta é absolutamente fantástico, e os pneus da BF Goodrich foram fantásticos. Infelizmente, tivemos alguns problemas na subida, perdi alguma potência na fase final mas estava determinado a terminar. O Fiesta tem um enorme potencial e poderá bater a barreira dos dez minutos", afirmou, deixando uma promessa no ar: "Se cá voltar, sei o que é preciso para ser mais rápido".

Fonte: http://www.primeiramao.com.br/editorial/SuperAuto/editorial_veneno231.asp
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