
Numa temporada de boas prestações, a presença na Austrália foi extremamente complicada. Com um carro que nunca esteve à altura e ainda com alguns erros do próprio Armindo na ânsia de tentar contrariar a menor eficiência do Mitsubishi, o andamento evidenciado esteve abaixo do habitual. Os habituais adversários no PWRC acabaram por ser mais rápidos que o piloto português, sem que este lhes conseguisse dar réplica. O necessário 3º lugar, passou a 4º quando Brynildsen desistiu ainda, mas o lugar em que o piloto estava a caminho de terminar era o 5º. "Tivemos um carro que não estava muito competitivo. O setup não era adequado e o motor também estava com falta de rendimento. Tentamos mesmo assim acompanhar o andamento dos adversários, mas isso acabou por resultar em ligeiras saídas." Perante esse cenário a ordem para a 3ª etapa era "a de manter o 5º lugar sem correr riscos." Esta não foi, apesar de tudo, a prova que Armindo Araújo desejava, na qual o triunfo pertenceu a Martin Prokop: "Desde o primeiro dia que tivemos problemas de suspensão e de motor, o que nos impediu impor o ritmo que desejávamos e que nos obrigou a correr muitos riscos para acompanhar os mais rápidos, de forma a conseguirmos cumprir o objectivo que traçámos. Hoje tivemos ordens para garantir a posição e não arriscar. Depois de tantos azares, ver o Toshi Arai parado na última classificativa foi um prémio por tudo o que fizemos ao longo da temporada", disse no final do rali o tirsense, muito emocionado.

Este resultado foi o corolário de três anos de trabalho, com alguns altos e baixos. "Foi uma meta que traçámos quando viemos para o Campeonato do Mundo. O objectivo era conseguir conquistar o título e, depois de muito trabalho e sacrifício, conseguimos. O Mundial não é fácil, mas, graças a um grande empenho de toda a equipa, mesmo nas alturas mais complicadas, conseguimos hoje cumprir a nossa meta. Uma palavra muito especial de agradecimento para os meus patrocinadores, TMN, Galp e MCA, que sempre acreditaram em nós e por todo o apoio que nos deram", finalizou o novo Campeão do Mundo de Produção. Armindo Araújo / Miguel Ramalho são os primeiros portugueses a conseguir oficialmente um título mundial em automóveis, já que existem apenas três campeonatos mundiais: WRC, WTCC e F1 quinze anos depois da vitória de Rui Madeira no Grupo N da Taça da FIA, competição que antecedeu o Mundial de ralis.
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