Casey Stoner conquista terceira vitória em casa e Rossi quase Campeão

Casey Stoner garantiu soberba terceira vitória consecutiva em casa depois de emocionante batalha com Valentino Rossi ao longo de toda a corrida em Phillip Island e com Jorge Lorenzo a ficar pelo caminho logo na primeira curva. Após a brilhante demonstração de forma com o segundo posto no regresso à acção no Estoril depois de dois meses de paragem, Casey Stoner apresentou-se ao mais alto nível em Phillip Island ao levar de vencida a terceira corrida consecutiva em casa. Vindo da 'pole', o australiano viu-se batido por Dani Pedrosa. O piloto da Repsol Honda, que ocupava a terceira posição da grelha, voltou a fazer uma das suas partidas canhão, assumindo a liderança da prova. Enquanto isso, Jorge Lorenzo partia mal e via-se batido, entre outros, por Nicky Hayden. O jovem espanhol da Fiat Yamaha tentou de imediato recuperar as posições perdidas, mas acabou por cometer um erro que lhe saiu muito caro. Lorenzo tocou em Hayden e acabou na gravilha, isto enquanto o norte-americano se viu forçado a longa e morosa incursão por fora de pista antes de voltar à corrida. Já Lorenzo não teve a mesma sorte e acabou por desistir, felizmente sem lesões conforme verificado após uma visita ao centro médico. “Fiz uma boa partida porque estava muito perto do Nicky e não esperava que ele travasse tão depressa, por isso toquei nele e não consegui manter-me na moto,” explicou Lorenzo. “O meu travão dianteiro partiu-se e não consegui travar na curva. Tinha duas opções: ir a direito e tentar fazer a curva. Tentei fazê-la, mas não tinha travão e o pneu traseiro perdeu aderência, pelo que caí. Magoei-me um pouco no nariz e num dedo, mas podia ter sido pior.” Lorenzo recusou deixar que a desilusão da perda de pontos na corrida pelo título se sobrepusesse ao facto de ter escapado sem lesões graves. “Não, isso não é o mais importante, porque acontece,” disse em relação à mais dilatada vantagem de Rossi. “Era difícil vencer o título, mas caí. O mais importante é a minha saúde, mas agora estou um pouco menos saudável!”

Entretanto, Pedrosa tentava tudo para se manter na frente da prova, mas tal seria sol de pouca dura, com Stoner, primeiro, e Valentino Rossi, logo a seguir, a passarem o jovem espanhol para levarem a cabo uma corrida totalmente à parte dos demais. Stoner, com uma decoração especial na sua Desmosedici GP9, levou a cabo uma corrida imaculada enquanto Rossi tudo tentou para levar a melhor sobre o homem da casa. Mas a verdade é que o australiano esteve em excelente plano, deixando por algumas vezes o rival italiano da Fiat Yamaha rodar mais próximo no que parecia ser uma verdadeira avaliação das capacidades de ataque do transalpino e de resposta da Ducati. “Não foi o nosso ano para lutarmos pelo campeonato, e isso é um pouco desapontante, mas pelo menos fizemos uma prova e aprendemos muitas coisas. Por isso não foi tudo mau,” disse Stoner. “Voltar à acção em Portugal foi muito bom para nós. O Jorge (Lorenzo) estava demasiado rápido, mas quase tivemos o ritmo para ganhar a corrida, e ficámos muito orgulhosos com a rapidez com que regressámos. Nesta corrida, depois do aquecimento em Portugal, foi apenas a continuação. Lutámos com problemas de aderência traseira durante todo o fim-de-semana e tentámos ter a moto um pouco melhor preparada para as curvas, mas penso que todos tiveram o mesmo tipo de problemas. Por isso fizemos o melhor que podíamos na corrida e a moto funcionou muito bem.”

O Campeão do Mundo de 2007 disse ainda: “Fisicamente consegui fazer o mesmo de início a fim e estou mesmo muito contente com a forma como tudo funcionou. Especialmente com o meu corpo; ultrapassei o ponto em que cedia em cada volta que fiz. Isso fez-me sorrir, e gostei de cada volta depois disso. É bom estar de regresso aqui e quero agradecer à Marlboro por me ter permitido usar esta decoração e também à equipa e a todos por me terem apoiado. Conseguir três em três é para mim um forma muito boa de terminar o ano.” Mas a verdade é que o homem da Ducati Marlboro deteve sempre o controlo da prova e acabou mesmo por vencer pela terceira vez consecutiva, enquanto Rossi teve de se contentar com a segunda posição. Um resultado que vinga o quarto lugar no Estoril (o primeiro fora do pódio para Rossi em Portugal) e que se poderá revelar muito importante em termos de campeonato devido ao abandono de Lorenzo, que está agora a 38 pontos de distância de Rossi quando faltam duas corridas para o final da época. Rossi reconheceu a qualidade do australiano, bem como a importância da desistência de Lorenzo. “Vi na minha placa que o Lorenzo estava fora, por isso tentei a vitória. O Casey estabeleceu bom ritmo, mas a afinação da minha moto estava boa, pelo que tentei segui-lo sempre, mas sem nunca me esquecer de evitar cometer erros para o campeonato depois da queda de Lorenzo. Foi uma grande batalha. A dada altura da corrida tentei atacar, mas no final era demasiado arriscado e, de todas as formas, o Casey fez uma grande prova. Estes 20 pontos são muito importantes para o meu campeonato. Tenho de agradecer à Yamaha e a todos os elementos da minha equipa porque trabalharam muito bem neste fim-de-semana e agora temos 38 pontos de vantagem com duas corrias pela frente e vamos tentar fazer melhor na próxima semana em Sepang.” Rossi sabe que o título de 2009 está eminente e que o pode assegurar na Malásia: “Creio que com 38 pontos é possível. Sepang é um grande circuito, um dos meus preferidos e gosto muito dele. Normalmente a Yamaha é muito forte lá, por isso estou confiante. Temos de manter a concentração. Temos o primeiro match point do campeonato, mas temos de continuar concentrados e tentar melhorar o resultado. Este foi um dos melhores segundos lugares da minha carreira.”


Enquanto tudo isto, Pedrosa era, uma vez mais, um solitário terceiro classificado naquilo que acabou por ser uma corrida sem grande história por parte do espanhol. Mais atrás, em quarto, ficou Alex de Angelis, da San Carlo Honda Gresini, o melhor entre os homens das formações satélite, isto enquanto Colin Edwads levou a sua Monster Yamaha Tech3 ao quinto posto. Andrea Dovizioso (Repsol Honda), Marco Melandri (Hayate Racing), Randy de Puniet (LCR Honda), Mika Kallio (Pramac Racing) e Toni Elías (San Carlo Honda Gresini) completaram a lista dos dez primeiros, enquanto Hayden acabou mesmo por terminar na 15ª posição depois do azar da primeira volta.

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