Kimi Raikkonen - So this is goodbye...?

Já nesta viragem para um novo ano, e numa altura do chamado defeso, chegou a altura do Tintin Sobre Rodas fazer o tributo mais que justo a um dos pilotos mais interessantes e fantásticos de seguir na Fórmula 1 na última década - Kimi Raikkonen. Como todos saberão, o finlandês optou por fazer um interrégno em 2010 na disciplina máxima do desporto automóvel e dedicar-se aos ralis. Acabada que está a relação de 3 anos com a Ferrari, Kimi ir-se-á juntar à Citroen, através do seu Junior Team e conduzirá um C4 WRC em praticamente todo o Mundial de 2010. Esta inclusão, por esta altura, não se poderá saber se estará limitada temporalmente a uma só época. Dúvidas subsistem se para o próximo ano o finlandês regresserá à F1 pela mão da Red Bull ou se se manterá pelo mundo dos ralis. Pelo sim ou pelo não, o Tintin Sobre Rodas deixa-vos desde já e de uma forma bem oportuna um resumo da sua biografia e também uma compilação em forma de tributo muito interessante feita por um site de fans turcos. O video é apenas um dos muitos que se podem descobrir pelo YouTube e que foram lá colocados nestas últimas semanas. Por mim este video é sem dúvida o mais poderoso e mais demonstrativo da carreira do piloto finlandês. Eu serei, certamente, suspeito para falar do assunto Kimi. Será fácil constatar pela minha imagem de perfil de "blogger", que o capacete que eu uso nas minhas corridas de karting, é uma réplica do "kiko" que o Kimi Raikkonen usou em 2007 aquando do seu título mundial em que se sagrou Campeão do Mundo de F1...



A sua carreira

Kimi-Matias Räikkönen (Espoo - Finlândia, 17 de Outubro de 1979) vem de origens humildes, a sua família nunca foi propriamente rica. O seu pai era agricultor e s sua mãe trabalhava num restaurante. O garoto tinha como sonho pilotar carros, porém não lhe era possível devido às condições financeiras da sua família. Paula e Matti, pais de Kimi Räikkönen, estavam a juntar dinheiro para construir uma nova casa-de-banho, já que na sua residência não havia esta divisão (o único da casa era fora do lar dos Räikkönen e no frio intenso da Finlândia este “luxo” fazia muita falta), mas surpreendidos pelo grande sonho do filho, decidiram então comprar um kart para ele. E então, aos oito anos de idade, começou a praticar karting e, no ano seguinte, entrou nas primeiras provas alcançando bastante sucesso nesta modalidade em provas na Finlândia e internacionalmente. Em 1999 foi Campeão finlandês de kart. Aos 19 anos mudou-se para Inglaterra e fez um teste nos monolugares da Fórmula Renault inglesa. Logo em 1999, Räikkönen ganhou as quatro provas das séries de inverno que disputou, correndo com um Fórmula Renault da equipa Manor Motorsport. Em 2000 manteve-se na mesma formação e triunfou sete das dez provas do troféu britânico (com seis poles e sete voltas mais rápidas), alcançando o título da categoria. Kimi ainda participou em três provas do Campeonato Europeu de Fórmula Renault, das quais ganhou duas. Estes bons resultados chamaram a atenção dos responsáveis da equipa de Fórmula 1, Sauber que deu ao piloto a oportunidade de fazer alguns testes. Com os resultados obtidos neste teste no circuito italiano de Mugello, Peter Sauber decidiu contratá-lo para a temporada seguinte.

Em 2001, Räikkönen com apenas 21 anos, iniciou a sua carreira na Fórmula 1, tendo no seu currículo apenas vinte três corridas em monolugares. Esta característica causou polémica na categoria relativamente à concessão de uma superlicença pela FIA, por isso ele teve a sua pilotagem monitorizada duas corridas antes de receber a superlicença definitiva. Räikkonen terminou a sua primeira corrida de F1 (Austrália) em sexto lugar. No final da temporada de 2001 ele ficou na nona posição com 9 pontos. O seu companheiro de equipa foi Nick Heidfeld. Em 2002 ele foi contratado pela equipa McLaren para substituir o compatriota e bicampeão do mundo Mika Häkkinen. Nessa temporada ele foi o sexto classificado. Em 2003 foi Vice-campeão de Michael Schumacher, para quem perdeu o campeonato na última prova (Japão) por dois pontos. Em 2004 Kimi terminou a temporada na sétima posição, em 2005 foi Vice-campeão de Fernando Alonso, sendo esta temporada sido a melhor da sua carreira com a McLaren, sendo eleito por especialistas o melhor piloto do ano. Na sua última temporada pela equipa inglesa, 2006, Kimi terminou o campeonato em quinto lugar, sem uma única vitória, já que o motor Mercedes e a equipa em si não ajudaram em nada. Os seus anos na McLaren renderam-lhe algumas corridas memoráveis e inesquecíveis como a Malásia 2003, Spa 2004 e 2005, Mónaco e Japão 2005. Nos seus anos com a equipa britânica, Kimi teve como companheiros de equipa David Coulthard (02/03/04), Juan Pablo Montoya (05/06) e Pedro de la Rosa (06).

A mudança maior da sua carreira chegou em 2007, quando o Iceman chegou à Scuderia Ferrari para substituir o heptacampeão Michael Schumacher. Kimi foi o primeiro piloto desde Nigel Mansell, em 1989, a estrear-se pela Ferrari com uma vitória, além disso, foi o primeiro a ganhar, fazer a pole-position e a volta mais rápida numa corrida de estreia desde Juan Manuel Fangio no GP da Argentina de 1956. Após dois vice-campeonatos, o finlandês sagrou-se Campeão mundial em 21 de Outubro de 2007, vencendo o Grande Prémio do Brasil, no Autódromo de Interlagos. Räikkönen era o que tinha menores hipóteses de entre os três pilotos que disputavam o campeonato: Lewis Hamilton e Fernando Alonso eram os mais cotados a levar o título, já que Kimi precisaria de uma combinação de resultados. E esta combinação veio, dando ao Iceman o seu primeiro título do campeonato mundial de pilotos e a consolidação da Ferrari como a líder mundial de construtores da Fórmula 1 em 2007. Kimi foi Campeão com seis vitórias, 112 pontos, com uma diferença de apenas um ponto para Hamilton e Alonso, que terminariam em segundo e terceiro lugar, respectivamente. Na temporada de 2008, o campeão do mundo em título, não alcançou muito sucesso. O piloto venceu apenas 2 corridas, o GP da Malásia e o GP da Espanha, fazendo 75 pontos, e ficando em 3° lugar na temporada, muito abaixo do esperado, porém, Räikkönen foi o recordista em voltas mais rápidas (10), sendo avaliado como o piloto mais rápido da temporada, e chegando a entrar para a história da Fórmula 1 por conquistar tantas voltas rápidas numa temporada como ao longo de sua carreira.

Entre 22 a 24 de janeiro de 2009 Kimi participou pela primeira vez numa competição de ralis no gelo, no Arctic Lapland Rally, na Finlândia, onde terminou em 13º lugar. O finlandês começou a temporada de 2009 na senda do que tinha sido um mau final de ano em 2008, mas a partir do momento em que o F60 passou a ser razoavelmente competitivo - e que a Ferrari deixou claro que não o queria para o próximo ano - voltou a ser o piloto que todos apreciavam: rápido sem cometer erros quer em qualificação como em corrida, implacável na luta directa em pista e com uma combatividade acima da média que o ajudou a ganhar pontos importantes. O desempenho no Mónaco marcou a reviravolta na sua temporada, pois esteve na luta pela pole position sem ter o melhor carro e na corrida conquistou um belíssimo pódio sem ter tido a sorte pelo seu lado. Mas foi a partir do momento em que ficou sem Massa a seu lado e viu a Scuderia dar-lhe o máximo apoio que o nórdico regressou verdadeiramente à sua melhor forma, vencendo na única vez em que teve carro para isso, mas somando pódios consecutivos até o F60 deixar mesmo de ser competitivo. No Grande Prémio da Bélgica de 2009, disputado em Spa, Kimi conquistou a sua primeira vitória na temporada e a décima oitava na carreira.


A 4 de dezembro de 2009, após infrutíferas negociações com a McLaren e com a Mercedes, a equipa oficial da Citroën no WRC (World Rally Championship) anúncia a contratação do finlandês para a disputa do campeonato mundial de 2010 pela "Junior Team". Essa não será a primeira experiência de Kimi na categoria. Já durante este ano de 2009, disputou o Rally da Finlândia, a bordo de um Fiat Punto S2000 da equipa de Tommi Makkinen, chegando a estar em terceiro lugar na sua categoria (N4) quando sofreu um acidente que impossibilitou a conclusão da prova.

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