MotoGP - Ducati apresenta Desmosedici GP10

O terceiro dia do Wrooom 2010 voltou a contar com agenda muito preenchida em Madonna di Campiglio, na quarta-feira, com Claudio Domenicali a ser o centro das atenções na conferência de imprensa da manhã. O Director Geral da Ducati Motor juntou-se depois a Casey Stoner e Nicky Hayden na espectacular encosta Patascoss para apresentarem a nova Desmosedici GP10, a mais recente arma da Ducati Marlboro para a luta pelo título de MotoGP. Tudo isto com o dramático cenário dos Dolomites como pano de fundo, pouco tempo depois de terem entrado para a lista da Herança Natural Mundial. “As principais mudanças da moto têm por base as alterações dos regulamentos, pelo que a maior parte do trabalho foi feito precisamente com o objectivo de melhorar a prestação usando apenas seis motores ao longo de todo o campeonato,” explicou Domenicali. “É uma diferença muito importante porque estávamos acostumados a usar mais ou menos um motor por corrida, pelo que a mudança de 18 para seis motores é um ajustamento muito importante. Todas as peças principais foram redesenhadas – pistãos, cambota, o básico. É um motor em que o nosso objectivo era minimizar a perda de potência e aumentar a durabilidade.” Domenicali continuou: “A segunda grande notícia não tem nada a ver com as regras, mas com a nossa tentativa de tornarmos a moto mais fiável. Isto tem a ver com a ordem de ignição. Temos um motor que, desde a mudança para os 800cc, utilizou uma afinação de screamer. Isto permitiu-nos ter o máximo de potência, o que era muito importante e talvez fundamental com os resultados que tivemos em 2007, 2008 e 2009, mas a dada altura começámos a pensar se não valeria a pena reavaliar o que tínhamos feito no passado. Os últimos motores de 1000cc que fizemos em 2005 e 2006 usavam a ordem de ignição big-bang e isso deu-nos importante fiabilidade. Voltámos a testar dessa forma, primeiro no dinamómetro, depois com o Vittoriano Guareschi no seu antigo papel de piloto de testes e depois com o Nicky e o Casey.”

Acreditamos que temos uma moto para 2010 com melhor tracção e, assim, será mais fácil para nós encontrarmos uma boa afinação. Outra parte do trabalho foi dedicada ao chassis. Na busca de uma utilização mais fácil, trabalhámos com o intuito de eliminar os problemas da moto, foi por isso que a parte detrás da moto foi total desenhada de novo. Esta moto tem uma estrutura traseira que leva o piloto – a que chamamos de suporte do banco – e isso também serve de suporte para o braço oscilante. Essa parte foi redesenhada para ter seis pontos de apoio ao invés de apenas quatro; isto torna a moto mais rígida, por um lado, e por outro garante melhor pilotagem. No que toca à moto que apresentámos no ano passado, esta também é diferente em termos estéticos por causa do novo desenho da carenagem, mas já o tínhamos visto no Estoril.” Domenicali falou depois das recentes alterações na direcção da Ducati Marlboro Team. “O ano de 2009 foi – mesmo do ponto de vista desportivo – difícil e complicado. O Nicky encontrou mais dificuldades que esperávamos, mas deu-nos uma grande lição porque não perdeu a sua boa atitude, mostrou-se sempre muito optimista. Conseguimos colocar ao dispor dele uma moto que lhe permitiu obter resultados que estavam em linha com o seu talento. Ele deu-nos um pódio em Indianápolis e continuou a melhorar a época toda. O Casey foi muito rápido no início, como é sempre, e tinha grande potencial. É claro que o que aconteceu a meio da temporada afectou o ano todo, mas acredito que todos – do Casey até nós – descreveram bem o que se passou, pelo que não vale a pena continuar a dar detalhes. O importante, na minha opinião, é que hoje temos o Casey connosco, talvez com melhor saúde que nunca. Temos motivos para estar optimistas com os dois pilotos.”

Domenicali disse ainda: “A fé é uma palavra chave que a Ducati usa quando se fala de 2010; numa variedade de aspectos. Temos uma equipa que nos faz pensar claramente que podemos abordar o Campeonato com grande esperança. O Nicky e o Casey são dois pilotos que não precisam de qualquer introdução. Acreditamos na companhia porque tem uma base sólida, estável na família Bonomi, e que se deu bem com 2009: o mercado das duas rodas perdeu muito em 2009 – decresceu 30%, o que é muito. Mas a nossa companhia esteve muito bem e perdeu “apenas” 18%. Na verdade, em 2009 tivemos a maior fatia de que a companhia gozou na sua história. Por isso, em termos económicos, a companhia soube controlar muito bem os custos em 2009. Por exemplo, não reduzimos nem eliminámos qualquer desenvolvimento de modelos futuros, algo que é fundamental para a saúde futura da companhia.”

Comentários