Rali de Monte Carlo (2º dia): Bruno Magalhães desce para oitavo

Bruno Magalhães (Peugeot Total) continua a sua estreia em Monte Carlo, é o melhor estreante e está em 8º da geral. A jornada de hoje cumpriu-se ao verdadeiro estilo de Monte Carlo, com três classificativas feitas por duas vezes, que alternaram completamente o tipo de piso. De uma cobertura total de gelo na 1ª PEC, os concorrentes enfrentaram a neve em quase toda a 2ª PEC, para encontrarem o piso seco na 3ª PEC. Com um ritmo cauteloso aos comandos do Peugeot 207 Super 2000, e perante condições tão difíceis, Bruno Magalhães e o seu colega de equipa Carlos Magalhães chegaram a rolar no quinto lugar da geral, posição que ocupavam no final da secção da manhã, devido aos contratempos dos concorrentes. “Classificativas extraordinárias mas muito traiçoeiras! Chegámos a ter alguns sustos porque o carro desliza muito e é extraordinariamente difícil conduzir usando pneus com pregos sobre o asfalto, como aconteceu na terceira especial”, afirmava Magalhães. Para as classificativas da tarde, a Equipa portuguesa Peugeot Total optou por mudar o ‘set up’ de pneus e enfrentou as segundas passagens com quatro pneus de neve sem pregos e dois sobresselentes com pregos para usar atrás na 9ª classificativa. Com a generalidade dos pilotos a reduzir os cronos nas duas PEC iniciais da tarde face à primeira passagem, Bruno Magalhães conseguiu melhorar os seus tempos, respectivamente, em 1m09s, na PEC 8, e 2m05s, na PEC 9. Mas o campeão português, que continua a ser o melhor estreante na prova e o terceiro melhor Peugeot, pretendia mais da ‘round’ da tarde: “Não fomos felizes nas escolhas de pneus e de afinações. Optámos pelas soluções mais seguras, mas em termos de performance isso tem um custo, e perdemos algumas posições ao final do dia. De qualquer modo estamos perfeitamente dentro dos nossos objectivos e amanhã ainda há muito rali.” Carlos Barros, Director da Peugeot Total: “Hoje foi um dia muito complicado e desgastante! Quer para pilotos e mecânicos, quer para conseguir fazer sempre as boas escolhas de afinações da suspensão e dos pneus devido à nossa falta de experiência. Por outro lado, o Rallye de Monte Carlo tem cerca de mais 100 km do que as provas do Mundial de Ralis, o que torna tudo ainda mais complicado. Mas ao fim destes dois dias estamos satisfeitos e a Equipa continua muito motivada.”

O último dia de prova será… mais uma final. A primeira PEC, uma das mais traiçoeiras, deve estar com muito gelo e neve. O rali segue depois para o Mónaco, cujas classificativas do Turini são conhecidas pelo seu resultado imprevisível. Miko Hirvonen ficaram ainda mais primeiros na etapa de hoje, mantendo a superioridade do estreante Ford Fiesta S2000. Mas para isso, contribuiu o atraso de ontem de Sebastien Ogier e ainda o saída de estrada de Kris Meeke. Para já, quase só dá Mikko Hirvonen na primeira prova do International Rally Challenge (IRC). O piloto finlandês rodou mais depressa que a concorrência no segundo dia da 78.ª edição do Rali de Monte Carlo. Hirvonen far-se-á sexta-feira à estrada com uma margem de erro de 47,7 segundos (justamente a vantagem que leva sobre o compatriota Juho Hanninen). Após ter cumprido seis especiais, em Ardèche e em Haute-Loire, Hirvonen só venceu uma. Mas rodou sempre nos lugares da frente e isso foi suficiente: “É mais fácil fazer Monte Carlo num pequeno S2000, porque há lugares onde se circula mais devagar que no WRC. É mais fácil recuperar se cometermos um erro”, explicou o piloto da Ford. Logo abaixo de Hirvonen na classificação geral estão Juho Hanninen (Skoda Fabia) e Sébastien Ogier (Peugeot 207), o francês a 1m10s de distância. Um pouco mais atrás, no oitavo posto, surge o Peugeot 207 S2000 de Bruno Magalhães, que caiu dois lugares e está agora a 7m12,8s do líder. Esta sexta-feira, disputa-se a derradeira etapa do rali, com a realização de cinco especiais, num total de 105,52 quilómetros cronometrados. O dia vai ser ser muito longo. Depois de uma especial logo pela manhã, o rali move-se cerca de 300 quilómetros até Monte Carlo para as últimas quatro especiais, todas elas já de noite, com passagem dupla no famoso Col du Turini. A etapa acaba já na madrugada de sábado.

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