Paolo Andreucci faz festa em Sanremo e Bruno Magalhães termina no ‘Top 10’

Paolo Andreucci (Peugeot 207 Super 2000) venceu o Rali de Sanremo pela segunda vez, numa edição muito celebrada pelo entusiasta público italiano. A prova deste fim-de-semana fez justiça à reputação de ser uma das mais carismáticas do automobilismo mundial e, talvez por isso, revelou-se um verdadeiro casino para os concorrentes, tais foram as dores de cabeça para conseguirem bons acertos nas afinações das máquinas e na escolha de pneus. Bruno Magalhães, um dos mais inconformados com este ‘jogo de azar’, terminou em 10º. O italiano Paolo Andreucci passou incólume as dificuldades da 52ªedição do Rallye de Sanremo e levou a melhor sobre a concorrência numa prova quase sempre dominada por pilotos italianos. Giandomenico Basso (Fiat Punto S2000) liderou a primeira etapa da 10ª ronda do IRC com uma vantagem de 5,2s. sobre o piloto da Peugeot Itália e 12,3s. sobre o compatriota Luca Rossetti (Punto S2000), formando provisoriamente um pódio 100% nacional. Na primeira classificativa desta manhã, Andreucci subiu à liderança e começou a construir paulatinamente uma vitória que não foi isenta de luta, movida, em primeiro lugar, por Basso e depois por Hanninen (Fabia S2000), o já virtual campeão do IRC 2010. Percorridos os 58,59 km da secção da manhã, o 207 S2000 da Peugeot Itália tinha o Punto S2000 de Basso atrás de si, a apenas 0,9 segundos, pelo que se perspectivava uma luta muito interessante para a última secção do rali, composta por três classificativas com um total de 52,83 km. Porém, o piloto da Fiat abdicou da luta na primeira classificativa da tarde, devido a problemas no diferencial traseiro da sua máquina, e perdeu 1m30. Hanninen subiu naturalmente à vice-liderança e Andreucci passou então a ‘controlar’ o andamento do seu ‘novo’ adversário, acabando por vencer com uma diferença de 4,4 segundos. Num dia feliz para os adeptos italianos, o pódio ficaria completo com Freddy Loix (Fabia S2000), a 34,1 s. do líder. Dos 86 concorrentes que alinharam à partida para o Rallye, apenas 17 não eram “locais” e, portanto, menos conhecedores da mais importante prova automobilística da Riviera italiana. A dupla Bruno Magalhães e Carlos Magalhães sentiu desde o primeiro momento as vicissitudes deste rali. Tal como a maioria das equipas do pelotão do IRC, os portugueses foram surpreendidos pelos momentos de chuva e pela lotaria na escolha dos pneus e das afinações. As primeiras classificativas revelaram-se desde logo muito difíceis para os portugueses, que tiveram de usar diferentes tipos de pneus até agora desconhecidos. Em resultado, a Peugeot Sport Portugal chegou à 6ª classificativa - e a mais emblemática do rali por ser a mais longa e se correr à noite – com 1m03,6s. de atraso para o líder. Aí, Bruno Magalhães brilhou, fez o 5º. tempo e sobrepôs-se com larga vantagem a praticamente todo o pelotão IRC, concluindo a primeira etapa no 11º lugar.

No 2º dia, o piloto da Peugeot Portugal começou por voltar a sentir dificuldades com as constantes mudanças entre piso seco e molhado, mas melhorou bastante o seu desempenho nas segundas passagens, com dois sétimos lugares e um oitavo, acabando o rali na décima posição. Bruno Magalhães reconhecia ter enfrentado dois dias muito complexos, mas estava feliz pela aprendizagem: “Foi um rali difícil, onde pagámos caro a nossa inexperiência, mas ao mesmo tempo uma boa aprendizagem. Usei neste rali três ou quatro compostos de pneus completamente desconhecidos e, assim, era difícil fazer as escolhas certas. Quando acertámos fizemos bons tempos, mas foi tudo muito irregular devido às diferenças de piso. Foi sobretudo uma grande lição para nós e a aprendizagem neste rali será muito benéfica.” Nesta prova, Bruno Magalhães e Carlos Magalhães terminaram a sua primeira temporada no IRC, que se saldou por uma participação nacional em nove de um total de 12 ralis. Quando faltam duas provas para o fecho do campeonato, a dupla da Peugeot Sport Portugal conclui assim a sua época no quinto lugar com 30 pontos. Carlos Barros, director da Peugeot Sport Portugal: “O nosso objectivo era defender o 3º lugar e, apesar de sabermos que não era fácil, era essa a nossa ambição. Sentimos sempre grandes dificuldades em acertar na escolha dos pneus, face às mudanças do tempo. Positivo foi chegarmos ao fim e termos realizado um rali que pode ser muito útil para o futuro. Terminamos assim a nossa campanha e, apesar de alguns altos e baixos ao longo da época, esta foi uma participação positiva. Estamos a trabalhar na continuidade do projecto e estamos cientes de que vamos estar mais fortes graças ao que fizemos este ano. Aprendemos muito e tirámos muitas ilacções em cada um dos nove ralis.

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