Lewis Hamilton quebra invencibilidade de Vettel no GP da China

O piloto britânico Lewis Hamilton (McLaren) foi o vencedor do Grande Prémio da China, em Xangai, terceira prova desta época, à frente dos dois pilotos da Red Bull, o alemão Sebastian Vettel, campeão em título, que partiu da pole position, e do australiano Mark Webber, que tinha partido em 18º mas que conseguiu ficar a sete segundos do vencedor. Hamilton, que tinha partido na oitava posição, fica assim a 21 pontos de Vettel, líder do Mundial de pilotos. O campeão do mundo de 2008 tirou partido de uma estratégia diferente - fez três mudanças de pneus contra duas de Vettel - e acabou por colher frutos na fase final da corrida, ao aproveitar os pneumáticos mais frescos para ultrapassar o campeão do mundo em título e líder da classificação geral. "Creio que a estratégia de poupar ontem [sábado] um jogo de pneus ajudou-nos de forma decisiva", afirmou Hamilton, que não poupou elogios à equipa: "Acho que aconteceram coisas que acabaram por juntar-se para conseguir esta vitória e as paragens nas boxes foram fantásticas" começou por referir o piloto que passou por um grande momento de 'frissom' ainda antes da corrida se iniciar, já que um derrame de combustível no MP4/26, alguns minutos antes do encerramento das boxes, quase obrigou o inglês a começar a corrida do 'pit-lane'. Contudo, os mecânicos da McLaren conseguiram reparar o monolugar de Hamilton a tempo passar a via das boxes ainda com o sinal verde aceso: "Sabíamos que tínhamos seis minutos e a reparação foi feita em quatro. Tudo correu bem! Permaneci calmo e penso que transmiti essa calma aos mecânicos. Apesar da vitória, acho que temos um longo caminho pela frente e estamos a trabalhar muito para diminuir a diferença para a Red Bull. Penso que em ritmo de corrida estamos mito iguais, mas na qualificação ainda há muito a fazer", referiu Hamilton que passou para o segundo posto do Mundial de Pilotos. O alemão Vettel bem que tentou a quinta vitória consecutiva, mas o não-funcionamento do Kers (sistema de recuperação de energia cinética) foi decisivo para o piloto da Red Bull perder a vitória na mais emocionante corrida dos últimos tempos na categoria. As diferentes estratégias, o desgaste discrepante dos pneus e a asa móvel proporcionaram um GP memorável. "Talvez tenhamos exagerado com as duas paragens. O turno intermedio deveria ter sido maior, mas como estava com os pneu duros e o Lewis estava a aproximar-se cada vez mais. Não tinha motivos para lutar muito, mas tentei defender a posição ao máximo. Não dava para perder muito mais tempo. Cometemos alguns erros e tivemos problemas, mas chegamos em segundo lugar. Fiquei feliz com o resultado. Parabéns ao Lewis e à McLaren. Isto mostra que podes cometer erros quando tentas algo diferente. É natural e existem outros pilotos para te superar" - disse Vettel.

Mark Webber teve uma actuação fantástica largando de 18º e, com belas ultrapassagens e ritmo alucinante, conquistou a terceira posição. "Parabéns ao Lewis (Hamilton) e ainda bem que alguém finalmente bateu o Sébastian. Todos aqui lutamos pelas vitórias, e apesar de ser uma pena a vitória não pertencer à Red Bull também acho que não podemos deixar o Sébastian distanciar-se demasiado. Foi um dia bom para as corridas e um bom dia para mim. Decidimos iniciar a corrida com os pneus duros, que sabíamos não serem os ideais para quem partia de 18º. Foi duro, passadas 15 voltas ainda só estar em 17º mas a partir daí tudo correu muito bem. Dedico este resultado a todos na fábrica.", referiu Webber. Jenson Button (McLaren), Nico Rosberg (Mercedes), Felipe Massa (Ferrari), que chegaram a liderar a corrida em diferentes momentos, perderam fôlego nas últimas voltas e ficaram em quarto, quinto e sexto lugares, respectivamente. Já Fernando Alonso teve uma actuação apagada com a Ferrari e acabou apenas em sétimo, sem ter participado da luta pelos primeiros lugares em nenhum momento da prova. O espanhol revelou que não teve qualquer problema durante a corrida, simplesmente os adversários têm carros melhores: "Antes de tudo, temos que evoluir o nosso carro. Em segundo lugar há que referir que este ano é mais importante gerir muito bem o desgaste dos pneus do que fazer bons tempos. Com um Red Bull mesmo que saias de 18º e faças uma duas ou três paragens terminas no pódio. Quando tens um carro rápido é tudo muito mais fácil. Quanto a nós, não fomos rápidos em nenhum momento da corrida e fomos perdendo posições pouco a pouco. Quanto à estratégia, era indiferente, duas ou três paragens, iríamos ficar sempre na mesma posição. Agora há que chegar ao fundo do problema e a partir daí melhorar. Vamos introduzir alterações no carro para o GP da Turquia, mas as restantes equipas não vão ficar de férias, pelo que não me parece que as coisas mudem muito no início da temporada europeia", concluiu Fernando Alonso. Michael Schumacher (Mercedes), Vitaly Petrov (Renault Lotus) e Kamui Koabayashi (Sauber) completaram a zona de pontuação. Após a mini-digressão asiática, o "Grande Circo" regressa à Europa no dia 8 de Maio, para disputar o Grande Prémio da Turquia de Fórmula 1.

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