Dia 7 de Novembro de 2012. Uma semana depois do lançamento da 4ª geração, a saga Clio atingiu mais um momento histórico: foi matriculado o Clio número 400.000 em Portugal! De Setembro de 1990 a Outubro de 2012, as sucessivas gerações e as várias versões do Clio tornaram-no a grande referência do segmento e não apenas por razões racionais, mas também emocionais… E a “culpa” é (também) das siglas “Renault Sport”, “Gordini” e “Williams”! «A deusa Clio repousa em seu templo no Monte Paranaso. De vez em quando, ela desce à cidade dos homens espalhando seu enlevo inebriante sobre os simples mortais». Sim, o nome “Clio” foi inspirado na musa da história, aqui retratada neste pequeno excerto do livro “Labirintos de Clio – Práticas de Pesquisa em História”. E foi no Verão de 1990 que, pela primeira vez, o Clio espalhou o seu enlevo inebriante sobre os portugueses. Um estranho ovo vermelho, disposto em vários locais de Lisboa e do Porto, despertou a curiosidade e intrigou os transeuntes. A Renault iniciava a campanha de lançamento do automóvel que, com o passar dos anos, foi cimentando o estatuto de referência incontornável do segmento… Um estatuto substanciado não apenas no número alcançado no passado dia 7 de Novembro de 2012 – 400.000 Renault Clio matriculados em Portugal! – e, naturalmente, com uma unidade da quarta geração. Na realidade, apesar de ter herdado o legado de um modelo como o Renault 5 (que, este ano, comemora o 40º aniversário), o Clio não se limitou a capitalizar sobre as características do seu antecessor. Desde a primeira geração que o Clio redefiniu aquilo que seria o futuro do segmento. Em quatro gerações, o Clio tornou-se a grande referência do domínio da habitabilidade, conforto, comportamento dinâmico, economia e relação qualidade-preço. Desde o início que o Clio foi capaz de oferecer aquilo que estava reservado apenas a modelos de segmentos superiores. E esta capacidade foi excelentemente materializada na sua assinatura publicitária “Clio: Grandes para Quê?”. Talvez por isso é que, ainda hoje, é o único modelo da história da indústria automóvel a ostentar dois títulos de “Carro do Ano”, precisamente em 1991 e 2006. E recorde-se alguns dos seus feitos: o Clio foi o primeiro automóvel do segmento a obter as 4 estrelas e, mais tarde, as 5 estrelas nos crash-tests EuroNCAP, foi o modelo que democratizou o rádio com mostrador no painel de bordo, o ar condicionado automático, o sistema de navegação com ecrã a cores, o cartão mãos-livres da Renault e o sistema de navegação Carminat TomTom. Mas a emoção é transversal à sua história. Se, ao longo dos anos, uma percentagem significativa das vendas do Clio assentou nas motorizações 1.2 e 1.5 dCi, a verdade é que o Clio soube atrair as mais diversas faixas etárias e clientes com as mais diferentes necessidades. As versões comerciais de dois lugares e até a break (na terceira geração) são exemplo disso mesmo, mas até os amantes de emoções fortes o Clio soube cativar como nenhum outro modelo do segmento. Apesar de estar quase a cumprir 20 anos, quem é que ainda não sonha em ser proprietário de um exclusivo Clio Williams ou do arrebatador Clio V6 (com motor colocado em posição central e tracção traseira) lançado no início do milénio? Mas também as expressões “Renault Sport” e “Gordini” estão indubitavelmente associadas ao Clio. No fundo, diferentes versões, de diferentes gerações, mas que também nas estradas de Portugal entusiasmaram (e ainda o fazem) um relativamente restrito grupo de privilegiados. Uma história de sucesso que também não pode ser dissociada da competição e dos ralis, em particular. Em Portugal, ainda hoje é recordada com saudade a equipa oficial da Renault e pilotos como José Carlos Macedo, Pedro Azeredo, Pedro Matos Chaves e José Pedro Fontes. Os quatro conduziram diversos Clio que também contribuíram para as 400.000 matrículas registadas em Portugal! Mas para além dos ralis, também na velocidade os Clio espalharam a sua “magia” e competitividade, nos mais bem disputados e competitivos troféus monomarca realizados até hoje no país. Mas 400.000 unidades depois, a saga Clio promete continuar. Devido ao excelente design, a quarta geração apela à emoção talvez como nenhuma outra, mas não faltam outros argumentos: equipamentos tecnológicos nunca antes vistos no segmento e uma nova gama de motores referência em desempenhos, economia e prazer de condução. A saga Clio promete continuar. E continuaremos sempre “a lembrar-nos da primeira vez…”.
José Carlos Macedo em Clio Maxi |
Números e curiosidades
• Entre 1990 e 2012, o Renault Clio só, em 2005, é que não foi um dos 5 modelos mais vendidos em Portugal. Em 1999, 2002 e 2008 foi mesmo o modelo mais vendido país.
• Se o Clio I de passageiros apenas vendeu 13 unidades equipadas com motores diesel, 15% das vendas do Clio II já foram “a diesel”, enquanto com o Clio III essa percentagem já subiu para os 40%.
• O Clio I foi a geração mais vendida em Portugal, com 172.258 unidades comercializadas entre 1990 e 1998. Ou seja, uma média de 1.914 unidades/mês ou 64 unidades/dia. Outros tempos…
• O Clio I foi a geração comercializada com uma gama de motores mais diversificada: 1.1, 1.2, 1.4, 1.8 16V, 2.0 e o 1.9 diesel. Nesta altura pontificavam os motores a gasolina de carburadores, com caixas de 4 velocidades.
• O Clio I 1.1 (1108 cm3) tinha uma potência de 45 cv. Exactamente metade da versão de entrada da 4ª geração.
• O Clio I introduziu versões que, por razões diversas, foram marcantes para o mercado nacional: a versão comercial de 2 lugares (em 1991), o desportivo Clio 1.8 16V e o incontornável Clio Williams, ainda hoje um objecto de culto para muitos portugueses.
• O Clio I conquistou 7 títulos no Campeonato de Portugal de Ralis: em 1993, a Renault assegurou os ceptros de pilotos (José Carlos Macedo) e marcas nas 2 Rodas Motrizes com o Clio 16V; em 1994, também renovou ambos os títulos, mas já com o Clio Williams; em 1995, nova “dobradinha” nas 2 Rodas Motrizes, mas com o Clio Maxi e, em 1996, sempre com José Carlos Macedo, mais um título de marcas, com o Clio Maxi.
• Entre 1991 e 1996, o Clio I foi responsável por um dos mais competitivos e disputados troféus monomarca de velocidade realizados em Portugal.
• Entre 1998 e 2005, o Clio II foi o modelo de passageiros mais vendido em Portugal nesse período, com um total de 112.471 unidades, 17.300 das quais equipadas com motores diesel.
• O Clio II foi comercializado, em Portugal, com os blocos a gasolina 1.2 8V (60 cv), 1.2 16V (75 cv), 1.4 (75 cv), 1.6 (110 cv), 2.0 R.S. e 3.0 V6.
• Foram comercializadas, em Portugal, 3 unidades do Clio 3.0 V6.
• O Clio II, na versão S1600, conquistou os títulos de pilotos (José Pedro Fontes) e marcas no Campeonato de Portugal de Ralis de 2005, ao nível das 2 Rodas Motrizes.
• Entre o ano 2000 e 2005, o Clio II 2.0 foi o modelo que serviu de base a um dos mais competitivos e disputados troféus monomarca de velocidade organizados em Portugal.
• Fruto das circunstâncias do mercado, o Clio III foi a geração com menor volume de vendas em Portugal. Entre 2005 e até hoje, foram comercializadas cerca de 54.953 unidades, 40% das quais equipadas com motores diesel.
• O Clio III foi o “utilitário do Ano em Portugal” eleito pelo júri do Carro do Ano Troféu Volante de Cristal.
• O Clio III foi o modelo mais vendido em Portugal no ano de 2008. E, com excepção de 2009 e 2010, foi sempre um dos 3 modelos mais vendidos em Portugal.
• Em 2012 e mesmo em final de “vida”, o Clio III ocupa a 2ª posição entre os modelos mais vendidos em Portugal.
• O Clio III foi comercializado com os motores a gasolina 1.2, 1.4, 1.6 e 2.0 e o bloco diesel 1.5 dCi, declinado em potências entre os 70 e os 110 cavalos.
• O Clio III Break foi lançado em 2008, correspondendo a 13% do total das vendas da sua geração.
• As três gerações do Clio Société (comercial ligeiro de 2 lugares) venderam um total de 93.303 unidades em Portugal.
• O Clio número 400.000 em Portugal foi um Clio IV TCe 90.
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