Jorge Lorenzo vence GP da Austrália com Márquez desclassificado

Jorge Lorenzo acabou por ser o grande vencedor no dia em que Marc Márquez podia ter ganho o título de MotoGP; o actual Campeão do Mundo venceu a 50ª corrida da carreira no Grande Prémio da Austrália com todos os pilotos a serem obrigados a efectuar troca de montada. Márquez falhou a janela de troca de motos e acabou por ver a bandeira preta. A decisão da Direcção de Corrida de encurtar a prova da categoria rainha para 19 voltas e de obrigar à troca de motos, e como tal de pneus, no máximo à décima volta já deixava antever uma prova muito emocionante, mas nada fazia antever tudo o que se passou. Falando sobre a sua vitória numa corrida encurtada para 19 voltas, que incluiu uma mudança de mota obrigatória devido ao novo asfalto da pista de Phillip Island, Lorenzo afirmou: “Foi uma corrida louca e caótica, a primeira vez que tivemos de mudar de mota numa corrida seca. Foi preciso uma grande atenção por parte de todos e os mecânicos precisavam de estar sempre prontos, pois qualquer coisa podia acontecer. Treinámos muito a mudança de mota e isso foi uma das chaves da vitória. Fui mais lento no warm up e tivemos de mudar algumas coisas. Alterámos a estratégia e introduzimos algumas melhorias. Estive muito rápido na corrida, mas o Marc e o Dani (Pedrosa) também estavam muito rápidos”. Falando sobre o toque entre si e Marquez, quando o jovem da Honda deixava o pit line na segunda mota, e a bandeira preta que foi mostrada ao seu adversário ao título, Lorenzo acrescentou: “Travei muito tarde e o Marc estava a sair do pite line por isso tocámo-nos e tivemos sorte em evitar a queda. Errámos os dois. Ele não olhou para ver que vinha, mas foi 50/50. Quem está já em pista deve ter prioridade. Não sei exactamente o que aconteceu ao Marc hoje, se foi um erro dele ou da equipa ou se ele não viu o quadro”. Lorenzo (Yamaha Factory Racing) esteve muito bem ao apagar das luzes para saltar da pole position para a liderança da corrida, com o rival e líder da classificação Márquez, da Repsol Honda Team, a colocar-se desde logo na roda do compatriota e com Dani Pedrosa na terceira posição. As luta entre os três espanhóis foi muito renhida na primeira metade da corrida, com os pilotos a apresentarem um ritmo alucinante na casa do segundo 28. Márquez esteve sempre à espreita de uma oportunidade para assumir a liderança, mas nunca conseguiu. Enquanto isso, Pedrosa foi o primeiro a entrar para a obrigatória troca de moto à nona volta, e foi aqui que tudo se começou a decidir. Lorenzo entrou na via das boxes na volta seguinte, a última que era permitida ao pilotos, e regressou depois à pista mantendo a liderança. Enquanto isso, Márquez, que podia ter-se sagrado Campeão do Mundo e feito história hoje em Phillip Island, ficou em pista por mais uma volta no que foi uma falha da Repsol Honda Team. O jovem catalão só efectuou a troca de montada à 11ª volta e regressou à pista para cair para terceiro depois de ligeiro toque em Lorenzo à saída da via de boxes. Márquez ainda recuperou para segundo, o que ao mesmo tempo permitiu a Pedrosa cumprir a penalização de cedência de uma posição por ter excedido o limite de velocidade no pit lane, mas acabou pouco depois por ver a bandeira preta e ser desclassificado por ter feito uma volta a mais que o permitido com o mesmo jogo de pneus. O desfecho acabou por dar uma vitória tranquila a Lorenzo, a primeira em Phillip Island, e por deixar o Campeão do Mundo em título a 18 pontos do líder quando faltam disputar apenas duas provas, enquanto Pedrosa foi segundo e também manteve acesas as aspirações ao ceptro. Enquanto isso, um pouco mais atrás, Valentino Rossi (Yamaha Factory Racing), Cal Crutchlow (Monster Yamaha Tech3) e Álvaro Bautista (GO&FUN Honda Gresini) levavam a cabo animado duelo. O que inicialmente era a luta pelo quarto posto, converteu-se no despique pelo mais baixo do pódio a partir da 14ª volta, altura em que Márquez se retirou. 

Depois de Rossi ter ultrapassado Crutchlow nas boxes, o britânico respondeu em pista para voltar a impor-se ao transalpino. Contudo, Rossi não baixou os braços e assim que Crutchlow abriu um pouco a trajectória o nove vezes Campeão do Mundo aproveitou para saltar para o terceiro posto a três voltas do fim. O trio manteve-se sempre muito colado, mas até final acabou por não haver mais trocas de posições e Bautista teve de se contentar com o sexto posto, atrás do italiano e do inglês. Mais atrás, Nicky Hayden (Ducati Team), Andrea Iannone (Energy T.I. Pramac Racing), Andrea Dovizioso (Ducati) e Randy de Puniet (Power Electronics Aspart) completavam o Top 10, com este último a triunfar entre as CRT. Contudo, o colega de equipa do gaulês De Puniet, Aleix Espargaró, venceu a categoria pela segunda época consecutiva depois de ter terminado o Tissot Grande Prémio da Austrália na 11ª posição. Colin Edwards (NGM Mobile Forward Racing), Yonny Hernández (Ignite Pramac Racing), Héctor Barberá (Avintia Blusens) e Danilo Petrucci (Came IodaRacing Project) completaram os lugares pontuáveis, enquanto o homem da casa Bryan Staring (GO&FUN Honda Gresini) foi o outro piloto a ser além de Márquez a ser excluído, e pelos motivos. O Campeonato do Mundo prossegue agora dentro de uma semana na casa da Honda, no Twin Ring Motegi com o Grande Prémio do Japão.

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