Festa da Moto junto ao rio foi sucesso no Edifício Alfândega

Nem a chuva que teimosamente caiu durante todo o sábado diluiu o entusiasmo da 4.ª Festa da Moto/Henisa que, ao longo de três dias, levou milhares de apaixonados ao Edifício da Alfândega do Porto. Majestoso cenário para um evento que ganhou, definitivamente, lugar de destaque no panorama do motociclismo nacional, com animação que tanto entusiasmou os conhecedores dos mais intrincados segredos das duas rodas como a população de uma cidade cada vez mais rendida aos atributos de mobilidade dos motociclos. Exposições e concursos, motos clássicas e as mais recentes novidades, motociclistas equipados a rigor e famílias em passeio domingueiro, música e apresentações, entidades públicas e serviços privados, capacetes e pneus. De tudo isto, e muito mais, viveu a 4.ª edição da Festa da Moto, evento organizado pelo Moto Clube do Porto, com lugar cativo no calendário dos motociclistas nacionais como no coração dos portuenses, atraídos pela enorme animação de uma festa sempre de portas abertas. Este ano, tendo a imponente Alfândega do Porto realçada pela elegância do Rio Douro como palco de eleição, a moto, em todas as suas vertentes, voltou a ser vedeta maior de um acontecimento realmente ímpar, com sucesso por todos saudado. Dos expositores aos milhares e milhares de visitantes que ali acorreram para ver as mais recentes propostas do mercado aos modelos que fizeram centenária história das duas rodas passando pelas mais eloquentes transformações ou pelos equipamentos e acessórios. Espaço de exposição comercial que juntou praticamente todas as marcas de motos presentes no mercado nacional, representadas pelos maiores concessionários do Grande Porto e onde pontificavam os modelos mais recentes como os mais procurados numa lógica privilegiada de mobilidade urbana, mas também de lazer e aventura. Proximidade com o público que funcionou como importante acção de promoção dos veículos de duas rodas, com contactos e esclarecimentos que ajudam a animar um mercado algo modorrento por força da malfadada crise económica que, qual persistente nuvem negra, parece não querer abandonar o País. Mas a 4.ª Festa da Moto/Henisa teve outras exposições em destaque, a começar pela Exibição e Concurso de Cafe Racers que juntou mais de três dezenas de produções de enorme qualidade de vários construtores nortenhos. Ousadia e requinte, pormenores técnicos e estéticos, que valeram distinção pelo público e pelo júri de concurso que elegeu as três melhores modificações, acabando por atribuir ainda três menções honrosas, tal a qualidade dos trabalhos expostos. 

A começar pelo requinte de pormenores e imagem global que valeu o 1.ª prémio a Hélder Moura, com a Copper BMW R 60/5 transformada pela Dream Wheels Heritage, seguindo-se a brutal Kawasaki Z1000 da Elemental Rides (Ricky), e a elegante Honda Dominator 650 da Thyrso Motorcyles (Ricardo Rodrigues). Máquinas e proprietários distinguidos com prémios oferecidos pelos patrocinadores (Blauer, Antero Motos, Motoboxe, Oito e Vasco’s Garage) além das muito desejadas placas que enaltecem a qualidade do trabalho produzido. E que também foram muito especiais para a Elemental Rides (Ricky), com a Norton 88; para a Brandon Parts (Jorge Brandão), com a Yamaha SR250; e para a HRK Performances (João Oliveira), com a Husqvarna LC 610SM, distinguidas com Menção Honrosa. Outro dos grandes polos de atracção da 4.ª Festa da Moto/Henisa centrou-se na mostra temática da Honda, com quase meia centena de modelos que ajudaram a compreender a evolução das motos ao longo dos tempos através de alguns dos mais emblemáticos modelos do maior fabricante do Mundo. Exposição montada no Salão Nobre da Alfândega do Porto e que, pela primeira vez em Portugal, reuniu no mesmo espaço máquinas do calibre das Honda RC30, RC45 e NR750, verdadeiras obras de arte cuja inovação tecnológica e ousadia estética tornaram ícones na história das duas rodas. Mas houve mais, muito mais, nesta exposição, a começar por completa coleção das carismáticas mini-Honda, das Z50M Monkey às ST Dax e Mini Trail, até às mega-turísticas Gold Wing com a evolução da GL 1000 à moderníssima GL1800. Máquinas que marcaram o seu tempo e que foram acompanhadas por algumas das modernas propostas do catálogo Honda, bem como por motos de competição, da Moriwaki de Moto2, à CBR 1000 RR que venceu o Grande Prémio de Macau, passando por várias gerações das crossistas CR, incluindo as famosas Elsinore, ou pela NS 500 que alinhou no Mundial de Velocidade. Muito para além da relevância estética e social que sustentam a importância histórica das motos, a 4.ª Festa da Moto/Henisa juntou centenas de motociclistas num passeio por alguns dos mais bonitos pontos da cidade do Porto, com paragem nos espectaculares jardins do palacete que acolhe a sede da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes e onde, além da paisagem ribeirinha, era possível perceber a dimensão e entusiasmo da festa que decorria no Edifício da Alfândega. Passeio da Festa da Moto aberto a máquinas de todas as cilindradas, marcas, modelos e idade, em viagem realizado conjuntamente com as 125 cc, adiado de sábado por força da intempérie. Passeata que, curiosamente ou talvez não, contou com alguns dos modelos abordados no livro A Evolução da Moto, da autoria de José Miguel Mira e que ao longo de 200 páginas repletas de fotos de Luís Viegas, relata muitos episódios da entusiasmante história das duas rodas. Livro apresentado na Alfândega do Porto perante muitos apaixonados e que ficou como mais mais traço indelével na recheada história da 4.ª Festa da Moto/Henisa. Evento que ao longo de três dias repletos de animação, mostrou uma dimensão diferente da moto em espaço que é marco de relevo na fisionomia arquitectónica e na história da cidade do Porto, centro de grande actividade económica, cultural, gastronómica e social, com eventos que mostram enorme dinamismo das gentes portuenses.

Comentários