Eram para ser 165, mas a semana transacta trouxe um bónus de mais duas empresas ao expoMECÂNICA - 3.º Salão de Equipamentos, Serviços e Peças Auto, o que obrigou a Organização, a cargo da KiKai Eventos, a alguma criatividade geométrica no desenho da planta final do certame, que ocupará a EXPONOR – Feira Internacional do Porto durante três dias, de 15 a 17 próximos. A mostra está cheia como um ovo. Cresceu 18% (mais 24 expositores) face à edição do ano passado, em número de entidades participantes. Operadores económicos “repetentes” são 103 e as novas entradas chegaram às 64 (empresas presentes pela primeira vez). «No balanço das edições passadas, habituámo-nos a ouvir de muitas empresas que o networking e as oportunidades de negócio potenciadas pelo expoMECÂNICA, durante a feira e exploradas nas semanas seguintes, alimentam vários meses de trabalho. Os índices de crescimento do Salão fazem-nos acreditar que essa realidade ver-se-á exponenciada, já que, em número de expositores, evoluiu 60% (mais 64 inscritos) em apenas dois anos», sublinha José Manuel Costa, diretor de Desenvolvimento e Projetos Especiais na KiKai. O optimismo organizativo é claro e, diz Sónia Rodrigues, directora de Operações e Produção da KiKai, deriva «em grande parte da confiança» que o tecido empresarial do pós-venda e manutenção automóvel «tem depositado no evento». O expoMECÂNICA explana-se por quase 12 mil metros quadrados de área do Pavilhão 6 (e galerias adjacentes) e germina este ano um embrião que aposta na inovação, fruto de uma parceria com o UPTEC - Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (ver capítulo a seguir). O “Espaço UP Innovation” fará, em plena feira, a ligação entre os projectos empresariais que saem das universidades – e da mente dos fazedores nacionais - e o mercado real do aftermarket automóvel. Acaba, no fundo, por ser um «veículo para as startups» e os projectos diferenciadores da área «chegarem mais rapidamente a potenciais clientes e parceiros», como reconhece Cláudia Ribeiro da Silva, responsável pelo Polo Tecnológico do UPTEC. A AddVolt, a WALcargo e a Engenius (esta da Universidade de Aveiro) estreiam a iniciativa, com projectos que já estão a dar cartas no mercado. Mas o expoMECÂNICA pretende fazer crescer o UP Innovation nos próximos anos. A componente empreendedora ver-se-á igualmente reflectida na vertente mais lúdica da exposição, graças ao simulador automóvel Quantic criado pela portuguesa Simology, que estará disponível para experimentação durante todo o certame. Trata-se de um periférico – de peso (inclusive para o bolso de quem o quiser adquirir, pois pode custar cerca de 7.500 euros, dependendo dos “extras” a incorporar) - com características tecnológicas únicas no mundo, em fase de patenteamento. É compatível com os títulos de videojogos (PC) de maior sucesso internacional e, através da realidade imersiva, replica toda a intensidade das forças laterais, longitudinais e de tração de qualquer circuito, inclusive aéreo. O Quantic só não simula o pó das estradas nem entra em… capotamento. Quem o fará é o simulador da Dekra, logo ali ao lado. Para que os visitantes possam experimentar in loco o efeito físico na dinâmica de um acidente com essa característica, a importância do uso do cinto de segurança (e os riscos de circular sem ele) e os procedimentos de saída em segurança de um veículo capotado. A revista especializada “Turbo Oficina” optou por outro exercício de simulação. Para ir de encontro ao gosto dos visitantes profissionais mais jovens, a sua dinâmica na feira recreará o trabalho de box da equipa campeã Nacional de Velocidade, com o Porsche 911 Carrera de Pedro Marreiros. Mas a diversidade maior do Salão parte do núcleo para a periferia dos segmentos empresariais representados, contemplando vários nichos dos seus cinco pilares: Peças e Sistemas, Tecnologias de Informação e Gestão, Estações de Serviço e Lavagem, Reparação e Manutenção, e, por último, Acessórios e Customização. «Se não houver no expoMECÂNICA é porque não há no País», diz, meio a sério, meio a brincar, Sónia Rodrigues, ciente de que é na exposição que os protagonistas do aftermarket automóvel mostram aos profissionais do setor os produtos, os equipamentos e os serviços que fazem a diferença nos milhares de empresas de Norte a Sul (só oficinas serão cerca de 6.000). A Organização acredita que, em «face de vários indicadores recolhidos», afirma José Manuel Costa, passarão pela exposição perto de 15.000 visitantes. Se assim for, representará uma subida de 43% no índice de visitação. Faltará depois o resto, que é como quem diz… negócios. O lastro das anteriores edições é favorável. O inquérito desenvolvido pela KiKai no balanço de edição de 2015 permitiu observar que 57% das empresas presentes garantiram ter realizado negócios durante o próprio evento; 90% dos expositores afirmaram ter atingido os objetivos; e 94% consideraram ter o certame ajudado a promover as vendas. E se algo correr menos bem, o que não faltam são… palcos de reflexão durante o certame. A Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel (ANECRA) e a Associação Nacional do Ramo Automóvel (ARAN) promovem as suas iniciativas, focalizando as temáticas (presentes e futuras) que mais preocupam as empresas. A revista especializada “Pós Venda”, por sua vez, aponta no sentido da modernização oficinal (ver actualização dos respectivos programas em www.expomecanica.pt). O ciclo de palestras expoTALKS e o Demotec by Schaeffler – Espaço de Demonstração antevêem-se também plenos de interesse. O primeiro tem um forte pendor formativo e qualificativo para profissionais do sector, sobre variados temas; o segundo possui um carácter eminentemente prático, onde se demonstram técnicas e tecnologias importantes para a actividade das oficinas. Ambos decorrem dentro da própria feira, em dois auditórios distintos, reforçando assim o dinamismo do momento. E haverá ainda tempo para o CASA - Centro de Arbitragem do Setor Automóvel apresentar a Plataforma Europeia de Resolução de Litígios em Linha (RLL), disponibilizada pela Comissão Europeia para auxiliar a resolução de conflitos provenientes do comércio eletrónico (vendas on-line). Trata-se de uma iniciativa importante (e que conta com a presença da ASAE e do CEC - Centro Europeu do Consumidor), porque todas as empresas de comércio eletrónico a operar em Portugal são agora obrigadas a disponibilizar nos seus sites uma ligação à plataforma RLL. Recorde-se que o CASA é a entidade disponível na Plataforma RLL para a resolução de conflitos, nacionais e transfronteiriços, provenientes das vendas on-line no sector automóvel. Mas o 3.º Salão de Equipamentos, Serviços e Peças Auto não se fica por aqui… Veja todos os pormenores em www.expomecanica.pt .
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