Kris Meeke vence o Rally de Portugal, Miguel Campos novamente o melhor português

De regresso à competição após uma paragem superior a dois meses, Kris Meeke foi rei e senhor no Vodafone Rally de Portugal. Mais concentrado, em conjunto com a Citroën, no desenvolvimento do novo carro para 2017, o piloto britânico não desperdiçou a oportunidade de voltar a vencer no WRC. Meeke chegou ao pódio em Matosinhos com o primeiro lugar garantido. Andreas Mikkelsen recuperou terreno durante os dias de ontem e de hoje e acabou em segundo a 29,7s do vencedor. O norueguês superou o seu companheiro de equipa na Volkswagen, Sébastien Ogier. O francês, que teve um furo no primeiro troço do último dia, ficou sem condições de bater Mikkelsen e não foi além do terceiro lugar a 34,5s de Meeke. “Este rali quase perfeito para nós. Quero dizer obrigado à equipa e especialmente ao meu engenheiro. Este ano é para ganhar experiência. Tivemos uma boa posição na estrada nos primeiros dias mas não podia fazer mais. O DS3 WRC continua a ser um carro muito bom”, afirmou o britânico mal terminou a última classificativa. Com um programa desportivo reduzido em 2016 – a equipa não faz a totalidade do campeonato – Kris Meeke apresentou-se sedento de competição. Depois do aquecimento na super-especial de Lousada, ainda na quinta-feira, o britânico aproveitou o facto de ser apenas o 13º na estrada para encontrar o piso mais 'limpo'. Com essas condições, bateu a concorrência logo no segundo troço (já na sexta-feira) assumiu o comando da prova. Meeke entrou para o primeiro lugar e nunca mais cedeu essa posição. Sébastien Ogier, sentiu grandes dificuldades por ser o primeiro na estrada na sexta e no sábado, enquanto so restantes adversários não conseguiram acompanhar o ritmo do piloto da Citroën ou tiveram problemas que os atrasaram. Mikkelsen perdeu tempo no segundo dia, devido a problemas de diferencial no Polo WRC. Sordo ainda se bateu pelos melhores tempos na sexta-feira, mas a partir de sábado deixou de ter condições para acompanhar Meeke, Ogier e Mikkelsen. Jari-Matti Latvala ficou sem direcção assistida durante boa parte da primeira etapa e também se atrasou. Mads Ostberg perdeu muito tempo no sábado quando fez duas especiais só com tracção dianteira no Ford Fiesta, enquanto Thierry Neuville perdeu a esperança de obter um bom resultado quando ficou sem gasolina no Hyundai no terceiro dia de prova. A expectativa em torno de Hayden Paddon depois da vitória era grande mas o neozelandês teve um acidente e acabou a sua participação logo na quinta especial. Aliás, o piloto foi protagonista de algum drama pois o Hyundai i20 WRC ardeu por completo. Ott Tanak saiu de estrada exactamente no mesmo local e teve sorte porque conseguiu evitar que o incêndio consumisse o seu Ford Fiesta WRC. Com o pódio entregue a um Citroën e a dois Volkswagen, o melhor Hyundai (de Sordo), ficou em quarto. Já Eric Camilli deu à Ford um quinto posto à frente de Jari-Matti Latvala. Martin Prokop (oitavo), foi o melhor dos privados.

Miguel Campos dominou Rali de Portugal entre as equipas nacionais

Miguel Campos terminou a sua participação na 50ª edição do Rali de Portugal em bom plano. Acompanhado pelo co-piloto, Carlos Magalhães, garantiu o estatuto de melhor português, tal como já tinha acontecido em 2015, e acabou na quinta posição do competitivo campeonato WRC2. Ao volante do Skoda Fabia R5 preparado pela AR Vidal, a dupla teve uma demonstração de rapidez e consistência. Esta só não foi mais evidente devido a uns arreliantes problemas de travões que atrasaram a equipa na sexta-feira de manhã. Fora isso, Miguel Campos e Carlos Magalhães andaram sempre a discutir as posições cimeiras entre os concorrentes do WRC2 e só não foram além do quinto posto porque o Skoda Fabia não estava totalmente adaptado às condições dos troços do dia hoje que se apresentaram com um piso mais macio e húmido do que era expectável. No final, Miguel Campos não escondeu a sua alegria com a prestação no Rali de Portugal. “Estou muitíssimo satisfeito com este resultado, mas tenho consciência de que poderia ter feito um pouco melhor. Ontem ainda cheguei a pensar na hipótese de acabar o rali no pódio dos WRC2 e estive perto, mas neste último dia não acertei na afinação do carro, que deveria estar mais macio, e acabei por não ser tão eficaz como gostaria. Mas valeu a pena todo o esforço, porque esta prova é única a todos os níveis”, disse Miguel Campos. Concluída a participação na edição de 2016 do Rali de Portugal, o piloto de Famalicão vira agora a sua atenção para o que resta da temporada desportiva. Miguel Campos vai trabalhar para garantir a presença em mais ralis, nomeadamente em provas pontuáveis para o campeonato nacional da especialidade.

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