Sébastien Ogier (Toyota) conquista a sétima vitória no Rally de Portugal

Vitória de Sébastien Ogier no Vodafone Rally de Portugal 2025 – a sétima do piloto francês na prova e a 63.ª da sua carreira no Campeonato do Mundo de Ralis (WRC). Um sucesso que permitiu à Toyota manter a invencibilidade na presente temporada. Depois de liderar cerca de dois terços da prova, o azarado Ott Tänak (Hyundai) terminou no segundo lugar, ainda assim com o mérito de ter sido o piloto com mais vitórias em especiais. O pódio ficou completo com Kalle Rovanperä (Toyota), em terceiro. Armindo Araújo (Škoda) foi, pela 14.ª vez, o melhor piloto português. Com organização do Automóvel Club de Portugal (ACP), mais uma edição marcada pela competitividade e pela adesão do público: mais de um milhão de espetadores distribuídos pelas regiões Centro e Norte do país. Os oito títulos e as 63 vitórias no WRC conferem-lhe o estatuto de lenda do desporto mundial, mas nem os sucessos e muito menos a idade afetam a motivação ou mesmo a rapidez de Sébastien Ogier. Quinze anos depois de ter conquistado a primeira vitória no WRC, precisamente em Portugal, o francês de 41 anos (nasceu a 17 de dezembro de 1983) somou o 63.º triunfo da carreira e o sétimo na prova organizada pelo ACP. Ou seja, em década e meia, ganhou quase metade das edições em que participou e, este ano, de novo com uma das menores margens da história: 8,7 segundos. "Acho que é algo de que me posso orgulhar: continuar competitivo depois de todos estes anos. O carro esteve ótimo durante todo o fim de semana. Mostrámos mais uma vez que a gestão de corrida é uma arte que dominamos. Feliz ganhar sete vezes em Portugal não é nada mau. O público empurrou-me desde os reconhecimentos. Foi uma luta difícil com o Ott e não foi justo com o problema que ele teve", admitiu Ogier. Na segunda posição, a escassos 8,7 segundos, terminou o piloto que venceu maior número de classificativas – 12 – mas também o grande azarado da edição deste ano do Vodafone Rally de Portugal: Ott Tänak. O estoniano liderou a prova da segunda à 16ª classificativa, até a direção assistida do Hyundai o trair e o obrigar a perder umas boas dezenas de segundos. Uma infelicidade que o impediu de lutar por uma vitória no WRC, que lhe escapa desde 2022, mas também à Hyundai quebrar a invencibilidade da Toyota. "Hoje (sábado), foi sempre no limite. Depois da deceção de ontem, ou regressava a casa com o segundo lugar ou com o volante na mão! Pelo menos o desempenho deixa boas perspetivas para o futuro", afirmou. Com apenas dois melhores tempos em classificativas, o campeão do mundo em título, o jovem Kalle Rovanperä, foi o terceiro classificado, com o piloto da Toyota Gazoo Racing a confessar que o resultado "não é uma surpresa. Foi um fim de semana longo e difícil para nós. Não conseguimos encontrar ritmo. Faltou-nos muita velocidade. Simplesmente não tivemos aderência, nem andamento. Temos de trabalhar nisso". O campeão do mundo em título, Thierry Neuville (Hyundai), foi o quarto classificado, nunca tendo estado em posição de lutar pela vitória: "Não foi divertido, pois estive sempre em luta com o carro. Estou feliz por terminar, mas desiludido pela equipa. Merecíamos mais. Vamos continuar a lutar". O japonês Takamoto Katsuta (Toyota) fechou o quinteto da frente, seguido do colega de equipa e atual líder do WRC, Elfyn Evans. "Não foi um fim de semana fácil. A sexta-feira foi dura e tornámos as coisas ainda mais difíceis para nós depois disso. Estamos desiludidos com o resultado e temos de melhorar na Sardenha”, afirmou o galês. O jovem Sami Pajari (Toyota) foi o sétimo classificado, precedendo a dupla da M-Sport Ford, Josh McErlean e Grégoire Munster.

Sétima vitória no WRC2 de Oliver Solberg

O sueco Oliver Solberg estreou-se a vencer na categoria WRC2, no Vodafone Rally de Portugal. O piloto do Toyota GR Yaris Rally2 dominou a prova desde o início e terminou com 51,8 segundos de avanço sobre Yohan Rossel. O sueco imprimiu um andamento fortíssimo na primeira etapa e ganhou uma vantagem que lhe permitiu gerir o andamento até final e vencer a categoria pela segunda vez este ano, repetindo o triunfo da Suécia. “Na sexta-feira, dei o máximo. Foi um fim de semana longo, o feeling foi bom e a equipa entregou-me um carro impecável. Os fãs aqui são incríveis, nunca vi tantas pessoas nas especiais em toda a minha vida”, referiu Solberg. A terceira etapa viveu da luta pelo segundo lugar entre Gus Greensmith (Skoda Fabia RS Rally2) e Yohan Rossel (Citroën C3 Rally2). O francês ascendeu ao segundo lugar no troço de Felgueiras, venceu as duas classificativas seguintes e garantiu a posição com 16,4 segundos de avanço para Gus. “Era impossível bater o Solberg. Aproveitamos para perceber como se comportavam os pneus Hankook no Citroën C3 e foi importante para preparar o Rali da Sardenha”, afirmou Rossel, que mantém o primeiro lugar no campeonato.

Armindo Araújo o melhor português pela 14.ª vez

Apenas quatro pilotos nacionais concluíram o Rally de Portugal. Armindo Araújo (Skoda) foi o melhor português ao terminar na 26ª posição. “É um orgulho enorme conseguir, pela décima quarta vez, terminar o Rali de Portugal como o melhor piloto nacional e voltar a subir ao pódio do que considero ser o melhor rali do mundo. Foram quatro dias muito exigentes, mas conseguimos sempre impor um ritmo seguro que nos permitiu gerir a prova sem qualquer problema mecânico. Apenas um furo na sexta-feira impediu que pudéssemos juntar a vitória no CPR a este excelente resultado, mas estamos muito satisfeitos com o desfecho deste rali”, sublinhou o piloto de Santo Tirso. Pedro Meireles concluiu a prova no 28.º lugar e venceu a Masters Cup, competição destinada a pilotos com mais de 50 anos, enquanto Diogo Salvi (Ford) foi 29º e o terceiro melhor português. “Que festa — adorei! Fui muito lento, mas foi fantástico. Obrigado ao Axel (navegador), que para além de ter feito um trabalho magnífico, teve uma paciência incrível para me aturar. Também obrigado a toda a equipa da M-Sport, que fez um trabalho tremendo! Por fim, mas não menos importante, a minha família: sempre a reclamar, por estar à minha espera e, sobretudo, ao amor da minha vida por cuidar das crianças. Ela odeia ralis, mas esta noite vai ter um jantar tête-à-tête com champanhe” afirmou este empresário da área das tecnologias da informação, que decidiu realizar o sonho de conduzir um carro da categoria Rally1 no Vodafone Rally de Portugal. Diogo Marújo (Skoda) foi o quarto melhor português, terminando o rali na 33ª posição.

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