Tribunal de Paris decide a favor da FIA

A Ferrari perdeu a acção que interpôs contra a Federação Internacional Automóvel (FIA). O Tribunal de Grande Instância de Paris é de opinião que a Scuderia não tem razões válidas para bloquear os planos para a introdução do tecto orçamental.

Em causa está a imposição de um tecto de 45 milhões de euros (excluindo salários dos pilotos e outras despesas com publicidade) e apenas as equipas que respeitarem o orçamento poderão beneficiar de evoluções técnicas nos seus monolugares. Isto significa que o 'deadline' para inscrição das equipas para o Mundial de Fórmula 1 de 2010, 29 de Maio, vai manter-se, deixando às equipas poucos dias para decidirem a forma como vão actuar perante esta situação.

Entretanto a Ferrari está a estudar a possibilidade de recorrer da decisão do Tribunal de Grande Instância de Paris e reforçou hoje a ameaça de ficar de fora do Mundial de Fórmula 1 de 2010. A escuderia campeã do Mundo de equipas reagiu, em comunicado, à decisão da Justiça francesa, que rejeitou hoje a acção interposta pela Ferrari e validou o regulamento do Campeonato do Mundo de F1 para 2010 proposto pela FIA.

"Se não é possível a todas as partes chegarem a um acordo em consonância com a decisão tomada a 12 de Maio, a Ferrari não vai colocar os seus carros numa competição em que, como está previsto, vemos um enfraquecimento das características que têm alimentado a Fórmula 1 com o estatuto de prova do desporto automóvel mais importante e que contribui, especificamente, para a nossa participação ininterrupta no Campeonato do Mundo desde 1950. Neste contexto, a Ferrari irá competir em competições onde possa atingir um alto nível de inovação, pesquisa e desenvolvimento tecnológico", pode ler-se num comunicado emitido pela equipa italiana.

"Enquanto continua a avaliar se irá ou não prosseguir com a acção judicial em curso, a Ferrari confirma o seu empenho na FOTA na busca de uma solução com a FIA e os detentores dos direitos comerciais, de modo a assegurar que a Fórmula 1 é uma competição onde as regras são iguais para todos, e que beneficiam de estabilidade nos regulamentos, continuando o seu trabalho dos últimos meses no sentido de procurar gradualmente diminuir os custos."

A equipa transalpina defendeu que o Mundial de F1 deveria passar a chamar-se de Fórmula GP3, em referência às equipas que manifestaram a intenção de disputar a categoria rainha do desporto automóvel em 2010, a saber constavam duma lista que a FIA apresentou no Tribunal de Grande Instância de Paris, que incluía nomes como Wirth Research, Lola, USF1, Epsilon Euskadi, RML, Formtech, Campos e iSport. Para a Ferrari, "é difícil encontrar um nome digno de registo, pelo qual se esteja disposto a pagar 400 euros por um bilhete para assistir na tribuna a um Grande Prémio. Um Campeonato do Mundo com estas equipas pode ter o mesmo valor da F1 actual, na qual se defrontam grandes construtores automóveis e equipas que construíram a história deste desporto? Não seria mais adequado chamar-lhe Fórmula GP3", questiona a nota.


A Ferrari encabeça o grupo de equipas que se opõe ao novo regulamento, tendo recorrido ao tribunal parisiense para tentar travar as pretensões da FIA, que pretende reduzir os custos da modalidade no novo regulamento.

"A decisão do tribunal permitiu À FIA impor às equipas que se inscrevam no Mundial de F1 de 2010, regulamentos que foram decididos unilateralmente, sem respeitar os procedimentos acordados. Por isso a Ferrari utilizou o seu direito de veto, na defesa dos seus interesses bem como de todas as outras equipas participantes no Mundial de F1."


FIA feliz com veredicto


A FIA congratulou-se com o veredicto ditado pelo Tribunal de Grande Instância de Paris, que lhe dá razão em desfavor da Ferrari que tentava impedir a introdução das novas regras da F1 para 2010

"Nenhum competidor deve colocar os seus interesses acima do desporto onde está inserido. A FIA, as equipas e os seus parceiros comerciais vão continuar a trabalhar para garantir o bem estar da Fórmula 1 em 2010 e nos anos subsequentes.", advertiu Max Mosley, presidente da FIA ao site autosport.com.

Renault pondera abandonar F1 no final da época

De acordo com notícias oriundas de Espanha, mais precisamente do site autopista.es, a Renault poderá abandonar a Fórmula 1 no final deste ano. A saída da ING como patrocinador principal, a crise económica que afecta não só os Construtores mas também os patrocinadores, a saída eventual de Fernando Alonso para a Ferrari e o caos regulamentar resultante das imposições de Max Mosley e da FIA poderão levar os franceses a decidirem desta forma. De acordo com fontes citadas pela publicação espanhola, são estes os quatro motivos que poderão levar Carlos Ghosn, Presidente e Director Geral da Renault a tomar esta decisão, que a acontecer, será anunciada oficialmente antes do final da temporada.

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