O Conselho Mundial da Federação Internacional do Automóvel (FIA) sentenciou a equipa Renault com dois anos de suspensão (com pena suspensa), tendo ficado comprovada a premeditação do incidente de Nelson Piquet Jr. no GP de Singapura de 2008. Como a aplicação de uma pena suspensa, a escudaria francesa foi autorizada a continuar a competir, mas será excluída se cometer qualquer infracção grave nos próximos dois anos. A possibilidade de exclusão da marca do losango do campeonato foi afastada, dada a assunção de culpa da marca liderada por Carlos Gosh de que resultou o afastamento de Pat Symonds e Flavio Briatore.
Flavio Briatore foi considerado o grande culpado no caso do acidente propositado de Piquet Jr. no Grande Prémio de Singapura de 2008 e a FIA decidiu banir o responsável italiano de qualquer cargo relacionado com o desporto automóvel numa decisão absolutamente irrepreensível. Pat Symonds foi suspenso por apenas cinco anos, enquanto a Renault sai melhor de todo o processo sem qualquer multa e com pena suspensa para todas as modalidades onde esteja integrada durante dois anos.Tal como já se previa, Nelson Piquet Jr. não recebeu qualquer tipo de penalização, devido ao seu estatuto de imunidade que lhe havia sido concedido pela FIA anteriormente.
Durante o Conselho Mundial da FIA, que decorreu nesta manhã, foram ouvidos diversos intervenientes em toda esta questão, como o advogado da Renault, Nelson Piquet Jr e o seu pai, Fernando Alonso, que viu ser comprovada a sua inocência em todo este escândalo. Briatore nem apareceu e por isso não presenciou ao anúncio da sua pena. Proibido de estar ligado ao desporto automóvel seja de que forma for, o carismático italiano está impedido, assim, de desempenhar tarefas como director desportivo, mas também deixa de poder representar e agenciar pilotos, como eram os casos de Fernando Alonso e Mark Webber. Ora, perante isto, estima-se que Briatore perca qualquer coisa como 12 milhões de euros em receitas, o correspondente aos 20 por cento que o empresário tem sobre os ganhos de quem representa.
Quem saiu de uma forma quase airosa de todo este processo foi a Renault que viu ser aplicada uma pena suspensa durante dois anos para todas as modalidades do desporto automóvel. Nada mau para um interveniente que poderia ter visto ser aplicada uma multa bastante pesada, como aconteceu com a McLaren no caso de espionagem à Ferrari e que teve de pagar cerca de 70 milhões de euros, ou ser suspensa, de forma efectiva, da competição. No final, Bernard Rey, responsável da Renault pela equipa de Fórmula 1, admitiu que a marca se sentiu "triste por ter de estar presente diante do Conselho Mundial da FIA", mas aceitou a decisão por completo, tal como já tinha anunciado. "Pedimos desculpas a toda a comunidade da F1 por este comportamento inaceitável. Sinceramente, esperamos colocar este assunto para trás das costas bem depressa e concentrarmo-nos em construir o futuro. Daremos mais informações nos próximos dias", afirmou. A Renault fica sujeita, além dos dois anos de suspensão com pena suspensa, ao pagamento dos custos da investigação, bem como ao contributo nos programas de segurança rodoviária levados a cabo pela FIA.
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